ESSS cria simulação virtual para mais de 500 empresas

Criada em 1995, em Florianópolis, a ESSS (Engineering Simulation and Scientific Softwa­re) cria simulações de fenômenos físicos para a engenharia. Se uma empresa está desenvol­vendo uma nova geladeira, por exemplo, pode testá-la da forma convencional, a partir de protótipos físicos (e arcar com custos e aciden­tes), ou pode testá-la pela simulação via soft-ware. “Criamos um laboratório virtual onde podemos testar inúmeras variáveis, como transferência de calor, testes da capacidade da estrutura, fenômenos físicos, escoamento de ar quente ou frio. Calculamos tudo no com­putador de forma mais barata e rápida. Para dois fenômenos físicos, são feitos milhares de virtuais, e ainda evitamos acidentes”, afirma o presidente da empresa Clovis Maliska Júnior.

O serviço ocorre de duas maneiras: ou a ESSS utiliza os softwares que já possui, recebe uma questão, analisa e fornece a resposta; ou o cliente encomenda um software de teste cus­tomizado e começa a adotá-lo, o que significa treinamento e internalização da tecnologia. Este último é mais requisitado por companhias de desenvolvimento científico de ponta, como Petrobras e Shell. A empresa tem mais de 500 clientes em diversos setores, como aeroespa­cial, óleo e gás, metal-mecânico, geração de energia, processos químicos e mineração.

Maliska explica que a simulação por com­putador vem sendo desenvolvida há 40 anos e, nos últimos 20 anos, é mais aplicada na área da engenharia. Não inventamos a simulação, nossa inovação está na maneira otimizada e detalhada que realizamos com os clientes. Não vendemos pregos e parafusos”, diz. O investi­mento em pesquisa e inovação é cerca de 35% do faturamento, e embora esteja intimamente ligada a processos inovadores, a ESSS não re­gistra patentes. “Nosso negócio não é comer­cializar direitos de uso. Não desenvolvemos tecnologia para gerar patentes. Temos uma cadeia vertical mais interna: o fornecimento de produtos e serviços para o consumidor final.”

A ESSS trabalha em parceria com univer­sidades e empresas. “Há momentos em que a indústria precisa do desenvolvimento de algo que ainda necessita de pesquisa fundamental, e entramos em contato com a universidade. Em outros, ela nos procura porque não con­segue fazer todo o caminho de transferência de tecnologia solicitada por alguma empresa.”

Esta ligação com a universidade remete aos primórdios da ESSS, quando Maliska e outros três colegas começaram a desenvolver softwares customizados para diversos setores da Petrobras. Até hoje continuam prestando serviços à empresa, e ainda seguem ligados à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), trocando informações e contatos de incentivo a novos projetos e pesquisas.

A maior parte da equipe trabalha no Brasil, mas a ESSS tem escritórios na Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Estados Unidos, internacio­nalização iniciada em 2007. Em média, a ESSS cresce 40% ao ano.

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