Ação de inovar

25|08|2011

Fala-se, comenta-se, vende-se, busca-se, é o tema do momento. Não distinguirei se é técnica, processo, produto ou tática organizacional. Discutirei, apenas, inovação. Sinceramente, não é coisa de momento; é parte de algo inevitável! Esta tal inovação que ora se renova mais rapidamente que tudo, está inserida numa nova economia criativa que movimenta bilhões de reais por ano, no Brasil. E não pense que falo apenas de tecnologia e ‘’loucos’ (estudantes) em incubadoras nas universidades, criando enquanto escrevo.

Inovação está presente em tudo; é uma busca incessante e intencional de oportunidades, hoje mais especificamente em segmentos como XYZ. Porém, garanto, inovação pode ser aplicada a tudo, em todas as profissões, em quaisquer níveis hierárquicos. Duvida? Então sugiro que vá se acostumando com a ideia, pois inovação será a palavra que você mais vai ouvir nos próximos anos, é o long tail da Revolução Industrial, das teorias que vemos em administração desde os seus primórdios.

Sendo pragmático:

– Inovação só vem de gente não vem de máquina – por mais que falemos em tecnologia, por trás de uma idéia, uma melhoria, um novo produto, alinhamento de processos, administração de informação, sempre existirá uma cabeça pensante. Será alguém buscando melhorar a vida de outros, pois sempre há um conceito claro por trás de quem pensa. Portanto, mentes leves são bem-vistas: brindemos à chegada da nova geração – e de toda sua impaciência – que ora balança alguns ‘’dinossauros’’ que levantam a bandeira do conformismo.

– Ambiente – inovação é fruto de ambiente; ou você acha que é coincidência que todas as empresas bacanas para se trabalhar surgiram apenas na última década? Metas mais flexíveis, horários idem, reuniões somente quando necessário, objetivos claros, foco em equipe, o virtual e o físico fundidos num só. Se sua empresa não lhe deixa criar, não fomenta novas idéias, vive presa ao passado como um idoso lembrando-se da própria juventude, sugiro pegar seus pertences e sair correndo, demita-a. Definitivamente, não a deixe tolir o que você tem de melhor, as suas idéias. E, por favor, por mais significativo que seja, o salário que recebe, avalie se é maior ou mais importante do que a liberdade de expor e, mais relevante ainda, de aplicar as suas idéias, hoje aprisionadas em velhos métodos e processos decadentes, que impedem você de inovar. Há salvação!

– Pessoas – apesar de as empresas estarem mudando de forma lenta, ainda temos um longo caminho pela frente. Mudar é difícil! Há resistências naturais a qualquer mudança. Se o prato da liberdade de ideias é o mais pesado na sua balança, busque uma empresa que valorize e invista em inovação, de forma efetiva, sem discursos. Para inovar, você deve se juntar a pessoas iguais ou melhores do que você, porém com o mesmo senso de urgência e mentes igualmente inquietas. Pessoas que não querem status, que não se contentam com ou em ser meras paisagens e que adoram o risco de nunca estar em uma zona de conforto quase sempre são criativas pelas idéias que têm e inovadoras, por serem capazes de implementá-las. Procure-as.

As empresas brilhantes que conheço, surgiram desta sinergia de fatores. Muitas são originárias de salas de aula; outras, de botecos.

Antes que você me pergunte como fazer, pergunto eu: que tal começar a ser você mesmo, olhar o mundo de forma diferente, perceber antagonismos, ver metáforas, semelhanças, melhorar a condição atual da sociedade, ser persistente, ouvir mais do que falar, ver com o olhar do outro, ser flexível, aceitar críticas, se mover, sair do lugar, valorizar seus pontos fortes, fazer o que você gosta (e provavelmente fará melhor que a massa), gerar riqueza para o mundo ou até para se manter competitivo?

Na interseção cada dia maior entre sociedade e mercado – torna-se necessária uma mudança no comportamento de todos nós: consumidores, professores, médicos, juízes, autoridades… em suma, de todos os homens produtivos. Esta mudança deve estar relacionada à forma de como se trabalha e se produz algo; não de forma isolada, mas sistemicamente ao longo de toda a jornada para que seja, de fato, isto sim, produtiva. A inovação é ingrediente indispensável neste processo. Ela tem de estar na sociedade, nos mercados, consumida, vivida e adotada.

Se estou otimista com futuro da inovação? Não! Estou, sim, radiante com seu eterno presente.

André Acioli é mestre em Administração pelo Coppead/UFRJ, professor da Mackenzie Rio, consultor de empresas e fundador do Boteco do Conhecimento. Além de ministrar aulas pela Mackenzie Rio, conduz palestras e treinamentos sobre os temas Gestão, Marketing, Negociação e Relacionamento.

Augusto Uchôa é graduado em Comunicação Social pela ESPM, mestre em Administração de Empresas pelo Ibmec-RJ com especialização em Marketing, doutorando pela Coppe/UFRJ, consultor de empresas e fundador do Boteco do Conhecimento. Atualmente ministra aulas pelo IBMR-Laureatte e palestras sobre os temas Marketing, Negociação, Serviços e Relacionamento.

Facebook
Twitter
LinkedIn