Aproximação entre empresas e universidades pode melhorar ecossistema de inovação do país

O novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, publicado em fevereiro, busca ajudar os setores acadêmicos e empresariais brasileiros a trabalharem juntos, incentivar a pesquisa no país e diminuir a burocracia do setor. Atualmente, o Brasil ocupa o 69º lugar no Índice Global de Inovação. Dos países da América Latina e Caribe, está na sétima posição. Um estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) patrocinado pelo Senai, listou algumas das dificuldades da área que impedem que o Brasil avance neste segmento.

O fato de o país ter uma economia fechada e possuir políticas abrangentes no setor de inovação são algumas das dificuldades observadas. O estudo também deu dicas de como contornar esses problemas. Entre elas estão: fortalecer iniciativas que apoiem o ecossistema de inovação e aproximar universidades e empresas.

Atualmente, já existem iniciativas que estão seguindo essas sugestões. Além do novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que permite às universidades públicas se tornarem sócias de startups, há laboratórios de inovação dentro de empresas e ações feitas pela iniciativa privada para incentivar a pesquisa e o empreendedorismo nas universidades.

Um desses exemplos é o Laboratório de Inovação da Cianet. A empresa que é referência em produtos e desenvolvimento de tecnologia para o mercado de provedores regionais de internet criou em 2017 seu Laboratório de Inovação. Ali, provedores regionais, especialistas da área, parceiros, designers e desenvolvedores trabalham em conjunto para desenvolver novas soluções aos Provedores de Serviço de Internet (ISPs). O trabalho do laboratório alavancou juntamente com o crescimento dos provedores regionais de internet. Só no ano passado, as operadoras competitivas, como também vêm sendo chamadas, foram responsáveis por 67% dos novos ingressos. Isso corresponde a 1,28 milhão dos 1,91 milhão de crescimento total de conexões.

Outra iniciativa da capital catarinense vem da incubadora MIDITEC, gerida pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) com apoio do Sebrae/SC. A instituição possui dois projetos que aproximam universitários do meio empreendedor. Um deles é na área de administração, onde os alunos do curso podem conhecer os problemas das empresas incubadas e oferecer apoio e novas sugestões de implementação. Já o outro projeto atua na parte de Engenharia de Software e apoia pré-incubadas nas fases iniciais de desenvolvimento do produto.

Além dos projetos, o MIDITEC promove eventos, palestras e visitas técnicas para os universitários participarem mais do ambiente de tecnologia e inovação, motivando eles a empreenderem. O MIDITEC, inclusive, já foi premiado internacionalmente pelas iniciativas. A incubadora foi eleita a quinta melhor do mundo na categoria Colaboração com Universidade em premiação da consultoria UBI Global.

A OSTEC é mais um exemplo de aproximação entre empresa e universidade que obteve sucesso. A companhia foi fundada em 2005 dentro da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Centro de Geração de Novos Empreendimentos em Software e Serviços (Centro GeNESS). Além disso, a empresa também contava com infraestrutura no Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA). Hoje, a OSTEC Business Security está presente em todo território nacional e América Latina, com mais de 500 clientes. Com sede em Tubarão, Santa Catarina, a empresa é especializada no desenvolvimento de soluções para segurança da informação, e seu portfólio é composto por nove soluções, gerenciadas e multidevice, incluindo serviços de internet integrados e acesso remoto seguro.

 

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