ONU indica que setor é o segundo maior produtor de resíduos no mundo
Dados da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente indicam que a indústria têxtil é o segundo setor que mais consome água e produz resíduos no mundo. O segmento, que emite cerca de 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, libera 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos todos os anos. É nesse cenário que o micélio, parte vegetativa de um fungo composta por um conjunto de hifas (filamentos finos), vem ganhando destaque no mercado quando o assunto é sustentabilidade e inovação no mercado.
“O micélio é uma revolução para a indústria têxtil, porque alia sustentabilidade e inovação sem comprometer a qualidade dos tecidos. Ele oferece uma alternativa eficiente tanto para marcas que buscam minimizar seus impactos ambientais quanto para consumidores que estão cada vez mais conscientes”, destaca Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira que transforma os resíduos agroindustriais em biotecidos sustentáveis de micélio.
Capaz de formar tecidos biodegradáveis e renováveis, o micélio possui estruturas que imitam a textura e a resistência do couro e do couro sintético, muito utilizados para a produção de bolsas, sapatos, roupas e acessórios. Marcas de moda sustentável já começaram a explorar o biotecido em suas coleções, com produtos que oferecem não apenas estética e funcionalidade, mas responsabilidade ambiental pela capacidade de reduzir a pegada de carbono ao longo da cadeia produtiva.
Com o aumento da consciência dos consumidores e empresas sobre os impactos da moda rápida e a necessidade de inovação para minimizar os danos ao meio ambiente, o micélio está rapidamente se consolidando como uma solução chave para o futuro da moda sustentável. “O micélio está transformando a maneira como a indústria enxerga a sustentabilidade. Hoje, não basta apenas criar peças bonitas e funcionais, também é fundamental que as marcas assumam um compromisso real com o meio ambiente. E o micélio oferece essa possibilidade, com um impacto muito menor do que os materiais convencionais”, afirma o CEO da Muush.