Há exatos 17 anos, no dia 5 de outubro de 1999, quando o governo FHC instituiu a lei 9.841, nasceu o primeiro Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. O documento revogava o decreto anterior a respeito do tema (9.317/1996), que dispunha sobre o regime tributário dessas companhias e criava também o Simples Nacional. A iniciativa deu origem à data na qual o Dia do Empreendedor é comemorado e valeu até a assinatura da lei complementar 123/2006.
Sancionada pelo governo Lula, a lei surgiu para tratar de critérios que definissem as micro e pequenas empresas, como suas faixas de rendimento anual e formas pelas quais elas pagariam os tributos. O texto foi novamente alterado no dia 10 de novembro de 2011, pela lei 139, que vigora até hoje.
Apesar das mudanças na legislação e conquistas dos últimos anos, quem está começando um negócio sabe: o início não é fácil. Quem se arrisca a empreender se depara com dificuldades e incertezas comuns nesta fase. Ainda assim, é grande o número de pessoas que se arriscam e entram no tão sonhado mundo do “negócio próprio” – e começa a saga – escolher fornecedores, formar uma equipe, além de arcar com cargas tributárias. Porém, quem já passou pela fase inicial e já conta com uma certa estabilidade, vem colhendo os louros dessa empreitada e celebra a conquista. Confira seis exemplos de empreendedores, de diferentes áreas, que venceram as dificuldades do mercado:
No setor alimentício:
Granja Mantiqueira
Aos 19 anos, Leandro Pinto se tornou empresário e transformou uma pequena granja, no interior de Minas, na maior produtora de ovos da América do Sul e 12ª maior do mundo. No começo, a granja tinha uma clientela pequena, mas fiel. Para sobrar dinheiro no fim do mês, Leandro fazia tudo, desde tirar os pedidos até comprar a ração para as galinhas e entregar os ovos de caminhão. Hoje, a Granja Mantiqueira conta com três unidades: duas em Minas Gerais e uma no Mato Grosso, com mais de 11 milhões de galinhas, além de empregar 2.100 funcionários e comercializar com 19 estados brasileiros e com o mercado internacional. Leandro também investe em responsabilidade social, patrocinando projetos e promovendo campanhas em prol de institutos. A mais recente delas são os Ovos Solidários para Atletas, à venda nos principais supermercados do Rio de Janeiro, com parte da renda doada ao Instituto Mangueira do Futuro, reconhecido como um dos maiores programas sociais do mundo pela Unesco. Leandro também criou o primeiro truck social, que distribui delícias de ovos gratuitamente em eventos beneficentes.
Billy The Grill
Destacamos o empresário Luís Felipe Costa que hoje, aos 30 anos, é dono de uma das maiores redes de restaurantes, a Billy The Grill, com quase 40 franquias espalhadas no Rio de Janeiro. Além disso, Luís é diretor da ABF-Rio. Mas o jovem empreendedor conta que, antes do grande sucesso, foi preciso suar a camisa e dar a volta por cima. Quando decidiu abrir o primeiro negócio, a falta de experiência necessária lhe custou caro, mas Luís não desistiu de primeira, buscou cursos, especializações e hoje comemora o rumo que tomou.
Empreendedorismo feminino:
Fiszpan
Diretora de estilo da marca que leva seu sobrenome, Daniela Fiszpan deixou a vida de executiva em uma multinacional para especializar-se em design e gestão de moda em Nova York e assumir os negócios da família. Para que a marca, consagrada na cidade maravilhosa como referência em acessórios, apliques e perucas, ultrapasse seus 80 anos com corpinho de 20, Daniela aposta em novas tendências para agradar mulheres de todas as idades e conta com uma vasta coleção de perucas em diferentes tonalidades, inspiradas nas divas do cinema, e algumas com cortes exclusivos assinados pelo renomado Fernando Torquatto. Além disso, a empresária está sempre engajada em projetos sociais e, em 2016, completa o décimo ano consecutivo da Campanha do Bem, que promove para apoiar pacientes do INCAvoluntario, arrecadando em suas lojas e doando quase duas mil perucas ao hospital.
FR Microcenter
Há anos elas já mostraram que podem assumir as rédeas de um negócio e comandar uma empresa. É o caso das sócias e mãe e filha Fatima e Raphaella Bahia, donas de uma clínica de estética e criadoras da técnica micropigmentação Fio a Fio 3D, no Rio de Janeiro. Com espera de um mês na agenda e se dividindo entre o Rio e outra clínica de SP, ambas chegam a fazer quatrocentas sobrancelhas em um mês. Cada micro sai a partir de R$1.200 e elas trabalham de 10h às 22h.
Mona’s Flower
Márcia Rissato era uma executiva de Marketing, infeliz com o estresse da carreira, quando uma amiga recomendou o uso dos Florais de Bach. De cara a executiva se apaixonou pela terapia que mudaria a sua vida. Depois de se tornar sócia da Mona’s Flower, importadora de florais de Bach há mais de 25 anos, e realizar inúmeras pesquisas, a empreendedora realizou o sonho de criar sua própria linha de florais, associados a óleos essenciais 100% puros, o Pomander®. Atualmente, os produtos são vendidos mais de 300 pontos de distribuição, espalhados por todo o país e o e-commerce da marca, com logística de entrega em todo o Brasil.
No setor de beleza:
Werner Coiffeur
História de Rudi Werner começa na cidade de Santo Cristo, interior do Rio Grande do Sul. Antes de ser o dono da maior rede de salões do Rio, ele foi coroinha na Igreja, jogador de futebol, vendedor, boy e carteiro. Aos 19 anos, percebeu seu talento para um senso estético extremamente apurado. Com 23 anos de idade, tinha seu próprio salão de beleza em Canoas, com 27 funcionários, e não media esforços para se tornar conhecido: cortava cabelos das 7h às 23h. Em 1984, com apenas 24 anos, Rudi trouxe a família para trabalhar com ele no RJ e abriu a primeira loja Werner Coiffeur. Atualmente, a rede conta com 54 lojas. Um time de celebridades já passou pelas mãos do cabeleireiro: Luana Piovani, Samara Felippo, Gloria Pires, Cissa Guimarães, Monique Alfradique, Mayana Moura, Mayana Neiva e Ursula Corona.