O corporate venture – inovação aberta – é um caminho oportuno e importante para o futuro da estratégia de aproximação entre as pequenas empresas e as médias e grandes companhias, fortalecendo as cadeias de valor. A percepção é da diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, que apresentou em São Paulo um balanço dos resultados do programa de encadeamento produtivo, desenvolvido pela instituição desde 2013.
“Várias empresas têm usado como estratégia de inovação o relacionamento com startups”, disse a diretora. A análise de Heloisa Menezes aconteceu no primeiro dia do Encadear 2018 – Fórum de Encadeamento Produtivo, evento promovido pelo Sebrae que acontece nesta terça e quarta-feira, no Novotel, na capital paulista.
Heloisa Menezes expôs também os resultados de pesquisa, feita no ano passado com 569 pequenos negócios envolvidos no programa de encadeamento. Entre as principais conclusões, estão as de que para 65% dos entrevistados, houve aumento de 36% no faturamento após passarem a trabalhar para grandes companhias; 45% aumentaram o número de pessoas ocupadas e para 69% houve aumento de 27% na produtividade.
Segundo Heloisa, o futuro do encadeamento está na maior participação das startups. A diretora técnica destacou um estudo da Universidade Nacional General Sarmiento, da Argentina, deste ano, que aponta a presença de 180 iniciativas de parceria com grandes empresas da América Latina, envolvendo 150 incubadas e 2 mil startups apoiadas. Ela apresentou também os resultados do programa Nexos, do Sebrae, que identificou 145 demandas tecnológicas em médias e grandes empresas desde que foi criado, conectando 44 grandes companhias a 190 startups. “Com o Nexos, pretendemos estruturar um programa que promova esse casamento a partir da demanda”, ressaltou.
Parceria
O primeiro dia do evento prosseguiu com a apresentação de dois painéis com histórias de sucesso de programas de encadeamento produtivo. Um dos primeiros depoimentos foi o do vice-presidente do Conselho de Administração da Aurora Alimentos, Neivor Canton, cooperativa central que trabalha em parceria com o Sebrae há cerca de 20 anos. “Hoje, os pequenos produtores se reúnem em grupos de discussão sobre os problemas que surgem. Quando começamos, eles não sabiam nem como fazer a própria contabilidade”, disse.
Também participou do painel no Encadear 2018, Paulo Nigro, CEO da InterCement, para quem o programa permitiu unir forças nas cidades onde a cimenteira tem plantas industriais. “Uma fábrica de cimento tem o tamanho de uma cidade e representa, muitas vezes, a principal fonte de renda do lugar.”