Hoje, o RPA (Robotic Process Automation) ainda é erroneamente visto por algumas empresas como algo muito estratégico, porém opcional. Segundo o relatório de previsões “Forecast analysis: robotic process automation, worldwide”, realizado e publicado pelo Gartner, no final de 2022 mais de 90% das grandes organizações terão implantado alguma forma de automação de RPA. Ainda em conformidade com o relatório, o mercado de software RPA deve crescer para mais de US$3 bilhões até 2024.
É possível afirmar que quanto mais as empresas demoram para aderir a esta tecnologia, mais tempo elas estão perdendo em ser mais eficientes, preparadas para o crescimento, para a evolução e para concorrer de igual para igual com outras organizações. Assim, essa demora na adoção do RPA afetará no futuro a linha do EBIT das empresas.
Quando se fala das melhores práticas na de automação de processos, não é uma obrigatoriedade começar automatizando tarefas mais simples que são estáveis, que têm dados estruturados e com decisões baseadas em regras simples. No geral, depois de fazer um breve process mining, já é possível partir para uma estratégia de automação, na qual aplica-se decisões baseadas em regras complexas, com machine learning, data science (na maioria das vezes envolvidos com ACR) e com algoritmos de tratamento de linguagem natural. Especialmente nesse tipo de casos que o RPA prova seu valor.
Porém, para chegar nesta circunstância, automatizando de forma escalável e sustentável, é necessário ter uma orquestração de ponta-a-ponta, uma visão de 360° da corporação. Desde o primeiro dia, é fundamental que haja aplicações de técnicas e práticas de um centro de excelência em automação de processos, pois isso possibilita observar os processos de modo completo e trazer uma centralização do tema para uma discussão única, evitando iniciativas que não estão interligadas e que causam perda de eficiência.
Além disso, ao iniciar uma automação de processos de maneira agressiva, também é fundamental que as empresas preocupem-se com um fator crítico, o change management. Muitas vezes, o maior desafio para fazer uma automação inteligente não é a tecnologia e sim convencer os profissionais da área de que este processo vai gerar valor, de que a entrada de um trabalhador virtual vai otimizar o dia a dia da empresa e auxiliar o time a ser mais eficiente.
O RPA possibilita que os colaboradores atuem com atividades mais dinâmicas e foquem menos em tarefas repetitivas e manuais. Cabe às empresas conseguir realizar um trabalho que mostre aos funcionários o valor que o RPA gera, o quanto esta tecnologia agrega na rotina da organização e mostrar que, por meio da automação de processos, é possível gerar ROI rapidamente.
É importante ressaltar que, cada vez mais, os ganhos do RPA são muito efetivos, entre eles, podemos destacar:
- Redução do tempo de execução dos processos;
- Incremento do poder de atendimento e crescimento;
- Produtividade do robô trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana;
- Redução de custos;
- Payback rápido;
Uma pesquisa sobre os benefícios obtidos com o RPA, realizada pelo HFS Research, mostrou que 65% das empresas viu a melhora da qualidade e da previsibilidade dos processos, 50% constatou melhora no tempo de execução do processo como um todo e 38% declarou ter a equipe livre para fazer outros projetos mais interessantes.
Em um cenário no qual a hiperautomação é frequentemente encontrada na maioria dos processos de front, middle e back office das empresas, o Gartner fez uma previsão que corrobora com a visão de que o RPA não é mais uma opção para as empresas. De acordo com o relatório publicado, mais de um quarto das tarefas potenciais adequadas para automação terão sido automatizadas até 2024.
*Everton Arantes é fundador e CEO da Prime Control, reconhecida pela Deloitte como uma das PMEs que mais cresceram em 2018 e 2019. Participa ativamente de projetos de automação, quality assurance e implantação de modelos ágeis e DevSecOps. Na Prime Control, atende grandes contas como Grupo Boticário, Vivo, Magazine Luiza, BRF, entre outras.