Sistema conver­te doação de moedas em bônus de com­pras

Formado em Administração e Comércio Exterior no final da década de 1990, o paulis­ta Victor Levy vivenciou a experiência de ser executivo no competitivo mercado dos Esta­dos Unidos antes mesmo de completar 30 anos de idade. Apesar da trajetória de suces­so, reconhecida inclusive com premiações, a vontade de começar algo próprio do zero motivou Victor a deixar a vice-presidência do grupo Gazeta Mercantil em 2000. Fun­dou, nesta época, ainda nos Estados Unidos, seu primeiro empreendimento, a AdVérica – vendida três anos depois para um grupo mexicano.

Nos três anos seguintes, Victor viajou para mais de 60 países com os olhos abertos para o que havia de interessante, em busca de uma nova ideia para investir. No retorno ao Brasil, o constante pedido dos comerciantes para facilitar o troco motivou a criação do Cata Moeda, sistema que conver­te a doação de moedas em bônus de com­pras, que já foi adotado por redes varejistas como Zona Sul (RJ), Drogaria Araújo (MG) e Angeloni (PR e SC), e começará a ser testado este ano pelo Pão de Açúcar, maior rede de supermercados do País.

Entre a ideia e o lançamento dos pri­meiros protótipos, em 2012, foram alguns anos de estudo e preparação. Pesquisando a fundo, Victor foi identificando a deman­da pela sua proposta de negócio: segundo dados do Banco Central, o número de mo­edas fora de circulação chega a um terço e a preferência dos brasileiros pelo paga­mento em dinheiro se manteve estável nos últimos 10 anos, em cerca de 70%.

Em 2011, foi feito o primeiro pedido de paten­te do Cata Moeda em Florianópolis, cidade onde fixou residência desde que voltou ao Brasil. Inicialmente, a intenção era buscar um hardware que comportasse a propos­ta de coleta de moedas desenvolvida por Victor em parceria com mais dois sócios. Sem encontrar um sistema adequado, a empresa montou uma equipe para desen­volver um modelo próprio, viabilizado por rodadas de capital-anjo e por um aporte do Fundo Santa Catarina, parceria das em­presas BZ Plan e FIR Capital.

O desenvolvimento foi contínuo até chegar a um sistema confiável, registrado em 2013, que não tivesse a leitura prejudicada por problemas como a sujeira ou falta de pre­cisão de algumas moedas. “Hoje isso nos dá uma série de qualidades competitivas, mas na época era arriscado”, conta Victor. Sobre a série de riscos que lidou desde que deci­diu deixar a carreira estável como executivo para se tornar empreendedor no Brasil, Vic­tor complementa: “É uma questão de perfil. Minha motivação principal não é o dinheiro.”

Após a instalação dos primeiros protó­tipos na rede de supermercados paranaen­se Condor, em outubro do ano passado, o Cata Moeda foi lançado em escala, tota­lizando 22 máquinas em operação atual­mente. A expectativa é que, até o final do ano, este número aumente para 150 a 200 máquinas, que começarão a ser produzidas a partir deste mês com a última rodada de capitalização recebida pela start-up catari­nense, de R$ 3 milhões.

http://www.catamoeda.com.br/

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