Criada pelo ex-executivo William Astolfi em 2015, empresa tem mais de 300 imóveis sob gestão em São Paulo e Florianópolis. Dados do Airbnb apontam que mercado pode movimentar US$ 2 trilhões até 2030.
Uma das tendências que ganham força no pós-pandemia é a flexibilidade no morar e o modelo de aluguel de curto prazo (short term rental), impulsionado pelo sucesso de plataformas globais. Estimativa do Airbnb aponta que o mercado mundial de locação flexível pode movimentar US$ 2 trilhões até 2030, mantendo uma alta taxa de expansão mesmo após a “descoberta” e o crescimento acelerado que vem alcançando.
Uma startup brasileira que entendeu esse movimento foi a B.Homy, fundada em 2015 pelo ex-executivo William Astolfi depois de uma boa experiência com o Airbnb em uma viagem internacional feita no ano anterior. Na volta ao Brasil, ele e a esposa Luciana Costa compraram um apartamento para reformar e locar no modelo de curto prazo, seja para alguns meses ou poucos dias.
Seis anos depois, a plataforma da B.Homy soma 300 imóveis sob gestão para locação em prazos curtos – e outros mil aguardam sua vez para entrar.
“O brasileiro tem uma característica patrimonialista, então no começo era mais difícil explicar o conceito de aluguel por um curto espaço de tempo, mas isso vem mudando. Vão acontecer mudanças na forma de trabalho que apoiam também este estilo de moradia flexível”, explica Astolfi, que administra a B.Homy ao lado dos sócios Andrea Cruz, Antonio Graeff e Rodrigo Santaliestra. As viagens curtas, por exemplo, já estão mais longas: a média de quatro dias antes da pandemia agora subiu para sete.
A grande maioria do portfólio está na cidade de São Paulo, mas Florianópolis está sendo um importante mercado para validação do modelo em dois perfis bem distintos de público: o urbano e o de veraneio. Isso em função de uma parceria da B.Homy com a Brognoli Imóveis que começou a oferecer o short term rental como opção aos clientes, algo muito improvável no mercado imobiliário convencional, acostumado aos contratos de longo prazo, que duram anos.
Para um mercado com as características de Florianópolis – cidade turística e universitária, que se beneficia também de visitantes e viajantes de vários cantos do país e do mundo – o aluguel de curto prazo é um modelo que pode agradar tanto locatários quanto proprietários “Algumas regiões da cidade são muito aderentes ao short stay, por características peculiares. Portanto, assim como há muitos interessados em modelos de aluguel por alguns meses, há também uma oportunidade para que os proprietários tenham uma melhor rentabilidade de seus imóveis”, comenta Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis.
SERVIÇO ALÉM DO APP
Assim como o Airbnb e outros similares, a B.Homy conta também com uma plataforma na qual o usuário acessa diretamente os imóveis, mas o serviço vai além do app. “Temos dois clientes: proprietários, buscando melhor rentabilidade, sem dor de cabeça; e os hóspedes, que querem melhor experiência, sem surpresas desagradáveis. Dessa forma, focamos no desenvolvimento de uma plataforma para facilitar a operação, de problemas nos apartamentos à conexão com profissionais de manutenção e limpeza, por exemplo. Para o proprietário, desenvolvemos ferramentas de precificação dinâmica, identificamos melhorias nos imóveis permitindo melhor retorno sobre o investimento imobiliário”, detalha.
William comenta que não há um perfil específico de usuário (persona), pois ao longo destes seis anos de operação a B.Homy atendeu de investidores mais experientes a estrangeiros, jovens recém-casados e aposentados que usaram o imóvel para complementar a renda. Em comum, o entendimento que o aluguel de curto prazo traz vantagens pela flexibilidade e a valorização do bem.