O e-commerce é uma realidade cada vez mais presente no dia a dia das empresas, independente do porte. Alguns segmentos, entretanto, ainda não aderiram a essa modalidade de venda, por conta de dificuldades diversas, como o custo logístico ou a carga tributária. É o caso do varejo de móveis de decoração, mais precisamente as pequenas e médias empresas do setor. Mas um projeto inovador criado por uma startup de Belo Horizonte promete transformar o que era um empecilho em uma oportunidade. É a plataforma NACASA, que une lojistas e fabricantes de móveis, com o objetivo de facilitar e qualificar o atendimento ao consumidor final, em todo o Brasil.
“Iniciaremos as vendas este mês e já temos a adesão de vários fabricantes e lojistas”, diz Felipe Costa, CEO da recém-criada empresa. Com uma experiência de mais de 20 anos no varejo de móveis, o empresário conta que percebeu, no projeto da loja virtual, uma oportunidade de ampliar as vendas e fortalecer o setor. “O consumidor vai ter uma experiência de compra on-line, mas com toda a garantia da entrega off-line”, afirma.
Segundo ele, a ideia de criar o site surgiu da necessidade de unir forças com as várias pontas da cadeia produtiva do setor moveleiro, para fazer frente à concorrência dos grandes players. O site reúne um amplo mix de móveis decorativos de médio e alto padrão, cadastrados pelos fabricantes parceiros. Quando o consumidor escolhe o produto, um sistema de geolocalização aciona o lojista mais próximo, que por sua vez emite o pedido ao fabricante. Essa integração proporciona comodidade e segurança para o consumidor, ao mesmo tempo em que possibilita às empresas ampliarem a carteira de clientes e as vendas.
Felipe teve o apoio do Sebrae Minas no desenvolvimento e operação de sua ideia de negócio. Ele participou, no ano passado, do programa de pré-aceleração de startups Go Minas. “Durante três meses oferecemos consultorias individuais e coletivas aos participantes, além de eventos de capacitação e troca de experiências com outras startups, especialistas e empresas-âncora, informa a analista da instituição Márcia Valéria Machado. Além dessas atividades, o programa possibilitou o acompanhamento da evolução de cada empresa, com orientações para correção de rumos e adequação de estratégias.
Economia colaborativa
Para colocar em prática seu projeto de inovação, Felipe Costa contou com uma rede de parceiros. “Começamos como um modelo clássico de startup, sem capital algum para o projeto”, diz. Foi então que resolveu lançar mão de sua rede de relacionamento e acionou profissionais que passaram a trabalhar com ele no projeto, de forma colaborativa. Em sua loja, na região da Savassi, Felipe conta com a parceria de um contador, um administrador, um advogado, um gestor de projetos e um profissional de marketing.
Eles não são remunerados, mas utilizam a estrutura da loja de Felipe para atender outros clientes. “O espaço virou uma moeda de troca”, brinca o empresário sobre o coworking criado em função da NACASA. No total, são quatro empresas que compartilham o espaço. “Essas pessoas acreditam no projeto e terão participação no resultado da empresa daqui um ano”, informa Felipe.
Em um ano de desenvolvimento, o projeto NACASA mobilizou cerca de R$ 900 mil, sendo que nesse valor estão inclusas as horas técnicas dos profissionais da rede colaborativa mobilizada por Felipe. Nesse investimento também estão inclusos os custos de criação da plataforma.
O empresário também é sócio da loja Zágora, de móveis residenciais, no bairro Castelo, região da Pampulha, e da Caderode, showroom de mobiliário para escritório, na Savassi. É nesta última que compartilha espaço com os parceiros colaborativos da NACASA. “A união do conhecimento do mercado moveleiro e suas atuais necessidades, em conjunto com a inovação e praticidade do mundo on-line, prometem tornar o NACASA um projeto de grande sucesso”, avalia o empresário.