Um estudo feito pelo Sebrae com 763 empresários de pequeno porte identificou que 33% das indústrias do setor moveleiro pretendem investir em tecnologia para melhorar sua competitividade. De acordo com o mesmo levantamento, 36% dos calçadistas desejam aplicar recursos em projetos de pesquisa industrial. Os dados são resultado da implantação da Rede de Serviços Tecnológicos (RST), projeto de cooperação internacional lançado em 2013, que tem o objetivo de diagnosticar necessidades tecnológicas e oferecer soluções inovadoras para aumentar a competitividade dos pequenos negócios.
As conclusões desse trabalho, feito em parceria com o Centro Tecnológico Cosmob, situado em Marche (Itália), junto a cinco polos de excelência moveleira e calçadista do país, foram apresentados durante o Seminário Internacional de RST – O Caminho da Competitividade, que ocorreu nessa segunda-feira (10), na sede do Sebrae, em Brasília.
O levantamento foi realizado pelos ALI (Agentes Locais de Inovação), programa do Sebrae, que auxilia empresários a implantar soluções inovadoras em pequenos negócios, e contou com análises setoriais de especialistas internacionais. A metodologia identificou carências tecnológicas dos dois segmentos nos estados de MG, PB, PR, RS e SC.
As soluções tecnológicas serão oferecidas por meio doSebraetec, programa que promove o acesso de pequenos negócios às áreas dedesign, produtividade, propriedade intelectual, qualidade, inovação, sustentabilidade e tecnologias da informação e comunicação.O questionário avaliou a estrutura e as características da empresa, os serviços tecnológicos, a inovação, estratégias e desenvolvimento pré-competitivo e as dificuldades enfrentadas para contratação de serviços.
Segundo o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, a instituição planeja internalizar o modelo de abordagem em Rede, que será apresentado no Seminário, para replicá-lo em outros segmentos produtivos e territórios que compõem suas carteiras de projetos nacionais.
“A metodologia de trabalho de RST favorece a articulação entre empresas, institutos de ciência e tecnológica, universidades e governos locais para organizar e disseminar a inovação em toda cadeia produtiva. Com isso, o Projeto RST agrega os diferentes programas nacionais do Sebrae à atuação em cadeias produtivas, para constituição de redes de inovação”, afirma Carlos Alberto.
Da cadeia de madeira e móveis estão sendo atendidos 128 pequenos negócios na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 110 em Arapongas (PR). No segmento de couro e calçados são beneficiados 400 empreendimentos no Vale dos Sinos e Vale do Paranhana (RS), 75 do Vale do Rio Tijucas (SC) e 50 de Campina Grande (PB).
A divulgação dos resultados será feita pelo Sebrae com a participação dos parceiros italianos da Universidade de Camerino e do Centro Tecnológico Cosmob, além dos representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
O Projeto RST envolve atualmente 34 instituições do setor calçadista e outras 17 de madeira e móveis cadastradas no Sebrae, também presentes no seminário.