O número de hospitais com a tecnologia da Laura – primeiro robô gerenciador de riscos do mundo – está crescendo. A plataforma de inteligência artificial que ajuda a salvar dez vidas por dia vai dobrar sua presença em instituições de saúde brasileiras, passando de seis para 13 hospitais atendidos. Os novos pontos pertencem ao complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que realiza mais de 6 milhões de procedimentos ao ano – 60% deles direcionados a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a novidade, a Laura passa a estar presente em cinco cidades, de três estados: Hospital Erasto Gaertner e Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba (PR), Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG), Hospital Ministro Costa Cavalcante, em Foz do Iguaçu (PR), Hospital Santa Casa e Hospital Mater Dei, em Londrina (PR), e mais sete instituições do complexo hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS).
“Temos certeza de que esse é um resultado muito importante, mas queremos e podemos ir muito além. Nossa meta é atingir 100 hospitais, entre filantrópicos, públicos e privados, até o final de 2019. A tecnologia da Laura tem capacidade produtiva para isso e é otimizada constantemente por uma equipe de profissionais que, mais do que números, acreditam na causa e acreditam que é possível usar a tecnologia para salvar dezenas, centenas e milhares de vidas”, afirma o CEO da Laura, Jac Fressatto.
Desde 2018, a equipe da startup tem desenvolvido um grande trabalho para reformular a tecnologia da Laura e dar escala à plataforma. O diretor de tecnologia da Laura, Cristian Rocha, explica que graças a esse esforço, é possível fazer a implantação em hospitais de forma totalmente remota. “Nós inovamos o processo de integração, tornando o processo mais simples. Essa nova metodologia dá o suporte que precisamos para atingir nossa meta”, explica.
Mais de mil leitos serão monitorados em Porto Alegre
A Laura passou a monitorar 70 leitos da Santa Casa de Porto Alegre (até o final de 2020, serão 1.200 leitos monitorados) para detectar precocemente os riscos dos pacientes terem uma infecção generalizada, conhecida como Sepse, responsável por 25% das taxas de ocupação do leito em UTI no Brasil, segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). Quando a Laura detecta o risco, alerta a equipe assistencial e otimiza o atendimento, o que resulta em mais vidas salvas. A implantação foi viabilizada pelo TechEmerge Health Brazil, iniciativa do International Finance Corporation, que selecionou a startup curitibana para o programa de aceleração de ida a mercado na área de saúde.
Segundo o diretor médico da Santa Casa de Porto Alegre, Antonio Kalil, a chegada da Laura é um marco. “Coloca um processo genuinamente inovador, que se vale de inteligência artificial em sua essência, no dia a dia de uma instituição bicentenária. É um olhar de futuro que traz, de forma pioneira para a assistência aos pacientes SUS, aquilo que há de mais moderno, de ponta, em tecnologias hospitalares”, diz Kalil. Em parceria com a techtools ventures, a instituição mantém um programa de aceleração para negócios com soluções para os problemas do setor, conectando a indústria de saúde com startups em um ambiente que favorece a inovação em hospitais. A techtools ventures foi responsável por acelerar a implantação da Laura na Santa Casa.
Para o presidente da techtools ventures, Jeff Plentz, está é uma oportunidade para que a Laura ganhe escala. “Como a rede de inovação da techtools ventures endereça soluções sistêmicas para reverter a curva de despesas no SUS, que é crescente, estamos contando com o que existe de mais moderno em inteligência artificial para combater a Sepse. Com isso, os médicos e profissionais de saúde ganham mais segurança e inteligência no monitoramento de cada caso. Os pacientes são beneficiados com diagnósticos mais precisos e monitoramento em tempo real de seu quadro e, consequentemente, o time de gestão do hospital poderá realizar seu trabalho de forma mais inteligente com dados precisos em mãos”, afirma Plentz. Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a Sepse é responsável por 25% das taxas de ocupação do leito em UTI no Brasil.
Tecnologia de ponta
A Laura já começa a funcionar na Santa Casa com uma versão atualizada de sua Inteligência Artificial para identificar pacientes em risco. Com essa atualização, o machine learning leva em conta todo o histórico do paciente ao coletar os sinais vitais para fazer a previsão da deterioração clínica. Segundo Cristian Rocha, esse modelo funciona melhor que os protocolos tradicionais (critérios para identificar pacientes em risco). Na Santa Casa de Londrina, onde a nova versão já está em funcionamento, a mudança fez dobrar a eficácia do atendimento. “Antes, a cada dez pacientes em risco, a equipe assistencial conseguia detectar quatro. Com o machine learning, esse número passou de quatro para aproximadamente oito”, explica Rocha.
Em maio, a Laura conquistou o Prêmio HIMSS-Elsevier Digital Healthcare Brasil e América Latina, por proporcionar melhorias significativas ao atendimento e à segurança do paciente no Hospital Márcio Cunha, de Ipatinga (MG). Após a implantação da Laura, o hospital aumentou de 766 (em 2016) para 1.758 (em 2018) o número notificações para inclusão de pacientes no protocolo de Sepse, o que ajudou a reduzir o tempo de internação e gerou uma economia de R$ 5,5 milhões. A Laura também foi primeira finalista da premiação, pelos resultados alcançados no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba (PR). O júri foi formado por profissionais de instituições como HIMSS Analytics, Elsevier, KPMG e InovaInCor.
Sobre a Laura
A Laura é uma tecnologia inovadora implantada nos hospitais para identificação precoce dos riscos de deterioração clínica. O recurso, criado pelo arquiteto de sistemas Jac Fressatto após a morte de sua filha por Sepse, usa a inteligência artificial e a tecnologia cognitiva para fazer o gerenciamento de dados da rotina do hospital e emitir alertas. Ativa desde 2016, a Laura já teve cerca de 1,2 milhão de pacientes conectados e reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar. Além de ajudar a salvar dez vidas por dia, a tecnologia é um instrumento para otimização de tempo e recursos em saúde.