Pesquisa aponta que menos de 40% dos docentes fazem uso de ferramentas digitais
No início do mês de maio de 2024, o Instituto Semesp, centro de inteligência analítica criado pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, divulgou uma pesquisa inédita, denominada “Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil”, que traz um panorama da categoria sobre as condições de trabalho e a expectativa de futuro, com comentários e relatos dos docentes.
Entre as informações divulgadas está a relação dos professores com as tecnologias e como eles enxergam o uso de ferramentas digitais no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo a pesquisa, mais de 74% dos professores são a favor do uso da Inteligência Artificial na Educação, representando três em cada quatro educadores. Porém, na contramão da predileção, apenas 39,2% dos entrevistados declaram utilizar a tecnologia para o dia a dia educacional.
Eles também avaliaram que a tecnologia impacta de forma positiva na Educação ao permitir acesso mais rápido à informação. Contudo, relataram maior dispersão dos estudantes.
Inteligência Artificial como ferramenta para solução de problemas
Os dados da pesquisa expressam a realidade da maioria dos professores, seja nas escolas particulares, seja nas estaduais e municipais, e traz o que eles vivem no cotidiano do ensino e o que desejam para o dia a dia profissional.
O MEC (Ministério da Educação) revelou que o Brasil possui 2,3 milhões de professores registrados e licenciados, sendo 11 educadores para cada mil habitantes, ou seja, 1 professor para cada 90 habitantes, quando o ideal, consoante com as recomendações do próprio Ministério, é que cada educador tenha, no máximo, 25 alunos, desde a educação infantil até o EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Nesse contexto, fica fácil entender os obstáculos enfrentados pelo professorado brasileiro que, além de ensinar, é responsável por manter uma sala em ordem, atrair a atenção dos alunos, pensar em planos de aula e materiais didáticos, muitas vezes, criados por eles mesmos.
Hoje, com a alta demanda de atribuições dos educadores e com a alta responsabilidade do ofício, ter que executar alguns processos “à mão” significa exigir e ocupar mais tempo dos professores fora da sala de aula e pode se tornar improdutivo.
Com isso, os recursos tecnológicos são aliados irrefutáveis no cotidiano da Educação, especialmente, com a Inteligência Artificial, uma vez que promovem mais agilidade na execução de tarefas, como o desenvolvimento de planos de aulas e de materiais didáticos, e personalização do ensino.
“A Inteligência Artificial deve ser uma ferramenta pedagógica, inserida em longo e refletido planejamento, para potencializar as estratégias de ensino e aprendizagem. Nunca, jamais, como forma de substituir o professor, responsável pela formulação do conteúdo pedagógico”, comenta Pedro Siciliano, professor e fundador da Teachy, plataforma de IA que ajuda os professores a economizarem até 80% do tempo na preparação de suas aulas.
Segundo Siciliano, a IA já se provou como uma ferramenta importante de auxílio no processo criativo. “Atualmente, não utilizar a IA desta forma implicará em desperdício de horas de trabalho, com possibilidade da manutenção de erros, além de ser potencialmente prejudicial ao processo pedagógico”, diz o fundador da Teachy.
Siciliano ressalta ainda que o Brasil é repleto de soluções que colocam o professor no centro e potencializam seu trabalho, mas que são pouco utilizadas, se comparado com outros países na América Latina.
Plataformas globais de Educação que surgem no Brasil não são novidades. Quatro em cada 10 Startups de Educação mais promissoras da América Latina são nacionais, segundo a HolonIQ – líder no mapeamento de tecnologias para o futuro da educação global. Este número vem aumentando nos últimos anos. No entanto, a Teachy é a primeira a levar tecnologia de ponta com acesso direto aos professores.
Caso da Teachy, que hoje tem mais de 200 mil professores em sua plataforma, utilizando para preparar, montar e planificar suas aulas e selecionar materiais, tendo milhares de modelos de planejamentos, slides e exercícios à disposição. Todos os materiais da plataforma seguem as diretrizes da BNCC e são revisados por humanos – professores, curriculistas e especialistas.
Pedro Siciliano afirma que a plataforma já economiza 10 horas por semana de seus professores, inclusive, em outros países mundo afora, como México, Colômbia, Argentina e, até mesmo, Indonésia.
“Sabemos que a vida do professor é muito difícil, pois metade do trabalho deles, cerca de 20 horas por semana, é gasto fora da sala de aula. Mas, a tecnologia tem que servir ao professor, e não o contrário. Também tem que ser acessível, prática e intuitiva. Hoje, a Teachy oferece todos os produtos de forma gratuita, até porque 80% deles são de escola pública. Mas também temos planos premium para quem quer outras funcionalidades de forma ilimitada”, finaliza Siciliano.
Sobre a Teachy
É atualmente a única ferramenta de IA da América Latina focada em apoiar professores a otimizar melhor o seu tempo. Foi fundada em 2022 por Pedro Siciliano, engenheiro, ex-professor de Matemática e Física, com MBA pela Universidade de Stanford, e por Fábio Baldissera, engenheiro e cofundador da startup gaúcha PipeRun, especializada em CRM. Em 2023, recebeu um aporte pré-seed no valor de R$ 8 milhões, sendo o maior investimento recebido por uma Edtech neste estágio no Brasil, e um dos maiores da América Latina, conforme informado pela NXTP, que liderou a rodada com participação da Roble Ventures. Até meados de 2024, a plataforma contava com mais de 200 mil professores de escolas públicas e particulares inscritos na plataforma.
Foto em destaque: Pedro Siciliano e Fábio Baldissera, cofundadores da Teachy. Divulgação