Foto: Cofundadora Fabiele Nunes com grupo da Startup Mundi
A Startup Mundi é uma experiência de game do ecossistema de inovação. Por meio de um jogo de tabuleiro, simula de forma linear e prática a trilha percorrida durante o processo de validação e consolidação de uma startup. A ferramenta agrega em programas corporativos de inovação aberta, instituições de fomento de inovação e em capacitação de empreendedores e profissionais envolvidos no ecossistema. Entre as organizações que já participaram do jogo, estão nomes como Embraer, Accenture, Sebrae e Associação Catarinense de Tecnologia (Acate).
A experiência foca em três segmentos de inovação: empresas, setores de fomento e universidades. Os serviços são oferecidos em dois modelos. O primeiro, chamado Startup Mundi Game Experience são sessões conduzidas por facilitadores certificados para programas internos ou eventos de inovação, cultura startup e empreendedorismo. Já o segundo é a Licença, que capacita facilitadores e empodera equipes internas para multiplicação da experiência.
Neste seu primeiro ano, a Startup Mundi já conquistou a 28ª posição no ranking das startups mais atraentes para o mercado, do 100 Open Startups, e concorreu com 4.500 startups, avaliadas por 9 mil executivos de mais de 800 grandes empresas. E a 8ª posição no ranking das startups do Innovation Ranking LATAM, que destaca as soluções mais inovadoras e com potencial de melhorar a vida das pessoas na América Latina. O concurso contou com mais de 60 jurados de 13 países e recebeu mais de 326 inscrições.
Como surgiu a ideia
A iniciativa foi criada pelo empreendedor Antonio Durán, fundador da startup mobLee, e pela executiva Fabiele Nunes. O empreendedor teve a ideia de criar um jogo que simulasse os passos da criação de uma startup. Ele pontua que, se soubesse da trajetória de uma nascente antes de ter criado a sua empresa, diminuiria caminhos e desafios. “Compreender os termos é fundamental para separar métricas de vaidade com resultados reais. Conhecer a jornada por completo e suas fases é de grande ajuda, tanto para os fundadores como para investidores e parceiros, pois assim conseguimos alcançar resultados melhores”, pontua Durán.
A cofundadora da empresa, Fabiele Nunes trilhou um caminho muito diferente do sócio antes de criar a Startup Mundi. Com uma carreira consolidada no universo corporativo, gerenciou a atuação de uma empresa de tecnologia aeronáutica em mais 50 países. Fez carreira como executiva de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional em multinacionais, atuou e residiu nos Estados Unidos, Alemanha e Dubai. Em 2015, decidiu tirar um ano sabático e aproveitou para ficar seis meses em Florianópolis (SC), onde começou a se relacionar com o ecossistema da inovação. Seu interesse pelo tema cresceu após uma imersão no vale do Silício, onde passou pelo programa de aceleração do Google Launchpad. Em um curso de especialização na Stanford, sentiu na pele que muitas terminologias e práticas desse setor eram bem diferentes das do mundo corporativo da qual fazia parte. Percebeu, então, uma oportunidade de facilitar esta ponte entre estes dois mundos.
Assim, juntaram a prática de Durán, que precisou entender os passos de uma startup durante o percurso de empreendedor, e a experiência da Fabiele. “Por algum tempo o ecossistema das startups e as empresas funcionaram em paralelo. Mas agora estão se aproximando cada vez mais e criando novos canais de negócios e parcerias. Acredito que a inovação se potencializa com a diversidade. Viver a cultura da inovação é ter a disposição ferramentas, conceitos, abordagens e processos que contribuam para que isso aconteça de modo efetivo”, defende Fabiele.
Como funciona o jogo
O Startup Mundi Game Experience simula os principais estágios, conceitos e desafios de uma startup nos seus primeiros quatro anos. O jogador vivencia a trajetória e decisões a partir da visão do empreendedor, o que gera aprendizado e engajamento positivo com o universo de startup.
O jogo dura em média quatro horas e é formado por quatro equipes, entre 8 a 16 jogadores. Cada grupo pode escolher um perfil baseado em uma startup de sucesso ou, em sessões customizadas, onde jogam com seus próprios projetos e startups. As equipes percorrem a trilha do tabuleiro para descobrir quais as etapas e os conceitos fundamentais para o sucesso de uma startup. O jogo começa com o processo de validação de uma ideia. Em seguida é hora de escalar essa ideia e preparar-se para a expansão.
Em cada etapa as equipes terão que responder uma pergunta que traz um conceito-chave do ecossistema de inovação e das startups. Ao todo são 12 etapas, divididas em três fases, como MVP (mínimo produto viável); Beta — versão de teste lançada para os usuários; Go To Market — estratégia de entrada no mercado; ; Máquina de Vendas — construção de um modelo escalável de vendas —; Escala de Produto — algo que se pode reproduzir repetidamente em grande quantidade com ganho de produtividade —; entre outras.
O controle financeiro é essencial para o sucesso de uma startup, e no jogo não seria diferente. Em cada etapa, as equipes devem consolidar seus ganhos, tempo gasto e como utilizam o investimento recebido nas rodadas. Ganha o jogo o grupo que tiver o melhor desempenho, faturamento, construir o melhor time com serviços compatíveis e fizer o melhor pitch.
A partir da experiência com o jogo, a Startup Mundi constrói pontes entre os diferentes atores do ecossistema, como o universo das startups e as instituições de fomento e ensino. E, assim, capacita e potencializa empreendedores e organizações envolvidas com inovação no Brasil e no mundo. “Os empreendedores sabem a importância de entender os termos de estágios de maturidade organizacional e de produto e também que é necessário focar suas equipes no seu estágio atual de desenvolvimento. Por outro lado, as instituições de fomento e ensino conseguem direcionar seus programas, disseminar conhecimento e gerar impacto entendendo e vivenciando esta nova tendência mais a fundo e de forma prática”, explica Durán.