Programa inclui rotinas de Inteligência Artificial e Machine Learning para analisar dados e auxiliar as empresas a compreenderem os pontos fortes e desafios críticos
O que leva as pessoas a permanecerem por um longo período em um emprego? Será o salário, a oportunidade de crescimento ou existe algum outro ponto que pode ser determinante na relação entre empresa e colaborador?
Foi em busca dessa resposta e ao observar um nicho de mercado em crescimento que Lívia Brandini (foto em destaque) teve a ideia de fundar a Kultua, uma peopletech especializada em auxiliar as empresas a compreenderem seus desafios culturais e identidade, promovendo assim um ambiente harmonioso, envolvente e orientado a resultados. Tudo isso é realizado através de um método proprietário de pesquisa e da utilização de IA / Machine Learning para processar feedbacks positivos e críticos de todos os envolvidos nas atividades diárias de trabalho.
Para poder compreender como um mapeamento profundo, representativo e tecnológico poderia ser um fator decisivo na mudança de cultura e no alcance das estratégias, Brandini coletou informações com mais de 70 RHs de diversas empresas (que foram expandidas para mais de 200 ao longo da jornada) para entender exatamente qual o melhor nicho a ser explorado.
“A conclusão foi que as empresas não tinham nenhum método ágil de pesquisa de cultura personalizada e em profundidade, com respostas espontâneas e mais amplas por colaboradores para entender a cultura real instalada e como direcioná-la à cultura meta a partir da identificação de padrões mentais e comportamentais dos funcionários a serem trabalhados”, explica a CEO da Kultua. Por isso, o passo a passo é fundamental. Após mapear a prática frequente de uma série de atributos culturais definidos pelo cliente (como valores, comportamentos esperados, princípios, alinhamento de propósito e visão), a Kultua correlaciona uma série de métricas quali-quantitativas para recomendar as melhores diretrizes estratégicas e iniciativas para a transformação cultural e gestão de mudança organizacional. A partir da análise desses People Analytics, é apresentado o “Diagnóstico de Cultura Personalizado” com iniciativas a serem trabalhadas nos próximos seis a oito meses, antes que um segundo diagnóstico comparativo seja realizado (antes x depois das melhorias, rotinas e rituais implementados).
Home office
Por exemplo, na questão do home office, será que esse modelo pode ser inserido em qualquer empresa? As rotinas de trabalho permitem isso? Os colaboradores desejam esse esquema de trabalho? É possível chegar a uma rotina híbrida? Quais os benefícios e quais as perdas? Com a tecnologia da Kultua, é possível chegar a um cenário muito mais promissor, especialmente evitando generalizações ou “achismos”. E a tecnologia foi uma aliada para a startup oferecer um produto diferenciado.
Para entender como funciona o ciclo de mapeamento de cultura, é preciso saber que tudo é feito via aplicativo e por meio de ferramentas como BI (business intelligence), um dashboard interativo, com segmentação por áreas, equipes, unidades e cidades, para assim construir métricas de cultura personalizadas. “O primeiro passo é o cadastro do perfil cultural e a importação dos dados. Após a aprovação da pesquisa, ocorre a escuta dos colaboradores, que também responderão a uma pesquisa, e, no final, um diagnóstico profundo é apresentado e os resultados podem ser acessados via BI”, sublinha Lívia.
Evolução
Hoje, a Kultua entrega resultados seis vezes mais rápidos, e no futuro, a startup quer aprimorar sua tecnologia para obter resultados 20 vezes mais rápido, quase em tempo real, com o uso de Natural Language Processing (NLP) e rotinas de mapeamento e análise com base nas respostas coletadas. A startup tem atuado junto a empresas como Epharma, Travelex e LogComex, e para 2023, o objetivo é continuar refinando as métricas de análise e expandir a ideia de investimento das empresas em suas culturas. Para isso, é preciso continuar investindo para tornar a tecnologia cada vez mais assertiva, com dashboards dinâmicos de BI, segmentando resultados por áreas, segmentos, empresas do grupo, líderes, liderados, automatizando cada vez mais as etapas do processo, em uma plataforma digital escalável.
O investimento direcionado, tanto financeiramente quanto em expertise, é facilitado por meio de aceleradores. Segundo Brandini, a parceria com a Smart Value Investment, uma holding de investimento de capital de risco com sede em Londrina – PR, possibilitou captar outros parceiros. Isso, porque ela é composta por uma série de colaboradores oriundos de diversas frentes de negócios, oferecendo insights inovadores, a fim de identificar negócios e soluções que possam ser escalados.
A holding sempre busca equipes brilhantes com projetos de alto potencial de mercado e escala, em diversos segmentos, como agro, saúde, mobilidade, varejo, TI, logística, entre outros. O diferencial da Smart Value é a prioridade do “Smart Money”, ou seja, um alto valor de mentoria e suporte agregado ao investimento financeiro, acreditando e somando ao potencial do empreendedor.
“Nós gostamos muito da forma provocativa com que a Smart Value age, tirando o empreendedor de sua zona de conforto, questionando convicções para irmos além do senso comum e olharmos o negócio como um todo, o que, na verdade, está alinhado com a ideia da Kultua, que incentiva as empresas a irem em busca de melhores resultados”, explica Lívia Brandini.