A Coppe/UFRJ, a EDP, o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (FGVces), e a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) estão realizando um mapeamento das startups que atuam no mercado de tecnologias limpas (chamadas cleantech). O projeto é coordenado pelo professor Marcus Vinicius Fonseca, da Coppe, e o levantamento prévio das empresas do setor está sendo feito por meio de um questionário online, que pode ser respondido até o dia 27 de setembro, no site http://gvces.com.br/mapeamento-de-startups-de-cleantech-no-brasil.
O mapeamento é aberto para startups em todos os níveis de maturidade, desde aquelas que estão em fase de concepção até as que já estão em operação e em fase de crescimento. O projeto é financiado pela multinacional portuguesa EDP, empresa que opera em toda a cadeia de valor do setor elétrico, por meio do Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O objetivo do projeto é analisar o impacto do ecossistema de startups no setor elétrico brasileiro, identificando as principais tecnologias, perfil dos empreendedores, modelos de financiamento, redes de colaboração e desafios enfrentados por essa categoria de negócio. Também busca identificar possíveis tecnologias e modelos de negócios desenvolvidos por startups que tenham potencial de provocar ou alavancar mudanças no setor elétrico brasileiro, incluindo o desenvolvimento de um modelo de cooperação entre startups, grandes empresas, e distribuidoras de energia, além da criação do Observatório de Tecnologias Limpas.
O papel das instituições e dos pesquisadores no projeto
A Coppe desempenhará duas atividades no âmbito do projeto: a análise tecnológica das startups, cujo objetivo é avaliar se estas desenvolvem inovações mantenedoras, incrementais, ruptivas, disruptivas, dentre outras. Este trabalho será realizado pela equipe do LabirinTOS, laboratório coordenado pelo professor Marcus Vinicius Fonseca, do Programa de Engenharia de Produção da Coppe. A segunda atividade é a análise da tecnologia (células combustíveis, turbinas eólicas, motores para geração maremotriz) e da regulação do setor elétrico. Este trabalho ficará a cargo de pesquisadores de uma equipe liderada pelo professor Amaro Pereira, do Programa de Planejamento Energético da Coppe.
O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces) fará a análise do potencial de mercado destas empresas. Os resultados poderão servir como subsídio para o desenvolvimento de políticas públicas para o fomento do setor no Brasil.
Predomina na comunidade científica a percepção de que o mundo viverá uma transição energética nos próximos anos, de uma matriz predominantemente fóssil para uma matriz mais renovável. Na avaliação das instituições participantes do projeto, as startups poderão desempenhar um papel importante dentro do ecossistema, durante e após esta transição. Neste contexto, terão papel fundamental empresas de cleantech que podem ser definidas como as que comercializam produtos, serviços, processos, ou modelos de negócios que utilizem menos recursos naturais ou reduzam a emissão de poluentes. Qualquer inovação que resulte em melhoria ambiental pode ser considerada cleantech.
A parceria com as grandes empresas em iniciativas, genericamente chamadas de corporate venturing, são capazes de criar mecanismos que unem a agilidade e flexibilidade das startups para inovar com acesso amplo e recursos financeiros e materiais das grandes empresas em torno de novos negócios.