“Remote first”: com trabalho híbrido, escritórios ganham cara de coworking

Empresas como a fintech Asaas (foto) adaptam unidades pensando no novo modelo corporativo, em que parte das equipes sequer estará no local de trabalho

 

Antes da pandemia e do isolamento social, a startup de gestão financeira Asaas era uma das empresas de TI emergentes do Sul do país, com uma equipe de 120 colaboradores. Fundada há 10 anos na cidade de Joinville (SC), a plataforma de pagamentos, cobranças e antecipações para empreendedores praticamente triplicou o volume de colaboradores ao longo do último ano e meio. 

Com 400 colaboradores – um crescimento de 235% em comparação com o pré-Covid – o Asaas inaugurou recentemente um novo escritório em sua cidade-sede e se prepara para abrir pelo menos mais 50 vagas. O avanço da vacinação e a flexibilização gradual do isolamento social também fez com que a empresa adotasse oficialmente o modelo híbrido de trabalho, ou remote first, como dizem os irmãos e sócios-fundadores Piero e Diego Contezini.

A sede da empresa foi reformada e passa a contar com 180 estações de trabalho que poderão ser utilizadas como coworking. “O processo criativo do projeto arquitetônico envolveu todo o time, de forma que conseguimos criar um espaço confortável e produtivo para eles. Além das mesas para trabalho, vamos ter áreas de interação, diversão e descompressão”, comenta Piero. Além da sede em Joinville, a fintech conta com escritórios de apoio em Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e São Paulo (SP). Para os profissionais que atuam remotamente de outras cidades e estados, a fintech buscará parcerias com coworkings locais. 

Em home office desde março de 2020, o Asaas enfrentou diversas mudanças para integrar os colaboradores mesmo à distância. Algumas ações, por exemplo, foram a incorporação de uma plataforma online de gestão de pessoas e a criação de uma reunião semanal de alinhamento geral com a diretoria. “Apresentamos números e novidades, comemoramos aniversários e respondemos dúvidas. É um espaço aberto, que permite que todos se sintam parte da instituição e ainda aumenta a transparência da gestão”, comenta o CEO.

 

FLEXIBILIDADE É CHAVE PARA RESULTADOS

Outra empresa que inaugurou nova sede recentemente – e que também cresceu rápido durante a pandemia – é a Transfeera, fintech que desenvolveu uma solução para intermediar transações reduzindo o valor das transferências para clientes corporativos (B2B). A empresa cresceu 235% em 2020, atingindo um faturamento de R$ 4,7 milhões, e hoje conta com 60 funcionários.

Para dar sequência ao crescimento exponencial, a fintech inaugurou em agosto passado sua nova sede, no parque tecnológico Ágora Tech Park, em Joinville. “Nos baseamos em um modelo de coworking em que ninguém tem uma posição fixa. Temos a intenção de continuar com um modelo de trabalho híbrido, isso porque acreditamos que as pessoas precisam ter a flexibilidade necessária para sua melhor performance”, comenta o CEO e cofundador Guilherme Verdasca. 

A empresa, que recebeu aporte de R$ 3 milhões em 2020, tem mais de 300 clientes em todo o país e já realizou mais de 6 milhões de pagamentos por meio de sua plataforma. A expectativa é continuar crescendo acima de 200% neste ano – e manter a expansão nos próximos anos. 

“Conhecendo o comprometimento do time, o escritório foi montado para que as pessoas consigam entregar seu potencial máximo, com alguns espaços para interações e outros para foco, além de cabines individuais para vídeo chamadas. Também pensamos em um local para apresentações dos times e troca de conhecimento. A ideia é que a sede reflita a cultura da empresa e seja um espaço para convivência, e não somente para trabalho”, conclui Verdasca.

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