Mush Pack transforma resíduos agrícolas em materiais biodegradáveis e pode reduzir o impacto ambiental causado pelo plástico
Os impactos ambientais causados pelo uso de plásticos têm impulsionado a busca por alternativas mais sustentáveis no setor de embalagens. No Brasil, a startup Mush desenvolveu um material à base de micélio, o Mush Pack, auxiliando o setor na transição para soluções mais sustentáveis e alinhadas a práticas conscientes. Em 2024, as vendas do produto cresceram 110% em comparação ao ano anterior. Esse aumento reflete o crescente interesse de empresas por soluções que unem sustentabilidade e eficiência. Esse movimento acompanha as projeções da Mordor Intelligence que apontam um crescimento do mercado global de embalagens sustentáveis de US$ 292,71 bilhões em 2024 para US$ 423,56 bilhões até 2029.
“Embalagens tradicionais, feitas de plástico e isopor, representam grande parte dos resíduos sólidos gerados no mundo. Esses materiais, em sua maioria, não são reciclados, indo parar em aterros sanitários ou poluindo ecossistemas terrestres e aquáticos. Mas, felizmente, temos observado que as empresas estão mais conscientes sobre o impacto de suas escolhas e buscam soluções mais sustentáveis para suas operações”, afirma Ubiratan Sá (foto em destaque), CEO da Mush.
Por meio da biotecnologia, a Mush transforma resíduos agrícolas em um material sólido, resistente e biodegradável quando recolocado no meio ambiente No Brasil, onde os resíduos agrícolas totalizam cerca de 750 milhões de toneladas anuais, a solução ajuda a converter um passivo ambiental em recurso renovável, promovendo a economia circular. Uma de suas maiores vantagens é a biodegradabilidade: o biomaterial pode ser descartado diretamente na natureza após o uso, sem causar danos ao meio ambiente. Além disso, é negativo em carbono, absorvendo CO2 durante a produção.
Ao combinar tecnologia, sustentabilidade e inovação, o produto desempenha um papel importante na preservação do meio ambiente. No Brasil, essa contribuição é ainda mais significativa, já que o país ocupa a oitava posição entre os maiores poluidores de plástico no mundo. Somente no oceano, são lançadas mais de 1,3 milhão de toneladas de plástico, problema que ameaça mais de 200 espécies marinhas devido à ingestão desse material, segundo o relatório da ONG Oceana. Além disso, o Mush Pack surge como uma alternativa aos desafios do setor, contribuindo para a ascensão de modelos de negócios mais verdes, alinhados a uma abordagem mais consciente e responsável em relação ao futuro do planeta.
“Mais do que nunca, precisamos de alternativas que reduzam esses impactos, e o crescimento expressivo nas vendas do Mush Pack demonstra que estamos no caminho certo. Estamos redefinindo o futuro das embalagens ao oferecer um produto que atende às necessidades do mercado e do consumidor, e também ajuda a preservar o planeta para as próximas gerações”, reforça o executivo.