A digitalização de serviços financeiros permitiu maior agilidade para as instituições do setor e conveniência aos consumidores. Como resultado, houve um aumento de clientes de bancos digitais e fintechs. Hoje, no país, são abertas, mensalmente entre 500 mil e 1 milhão de contas, segundo o Boston Consulting Group (BCG). Mas, esse crescimento também gerou oportunidade para os fraudadores. Para diminuir o risco de fraudes de identidade em cadastros on-line, foi criada a Combate à Fraude.
Em operação desde agosto deste ano, a startup de tecnologia oferece uma solução que promete diminuir drasticamente o risco de fraudes de identificação digital. Além disso, também conta com um serviço de auxílios jurídico e criminal para empresas vítimas de golpes de falsificação de usuários em suas plataformas digitais. Startups e fintechs como Mutual, EasyCrédito, Bxblue, Credmobi, Bom pra Crédito, Piki e outras já são clientes da Combate à Fraude.
“Quando uma empresa não se protege, o fraudador sempre age novamente usando diversos CPFs, RGs e CNHs diferentes. Até que o golpe seja descoberto, quase sempre é tarde demais. O prejuízo é grande e a responsabilidade por reembolsar as pessoas lesadas, utilizadas como laranjas nessas operações fraudulentas, é da empresa, seja ela um banco, uma fintech ou mesmo o INSS ou uma empresa de varejo”, afirma Rafael Viana, CEO da Combate à Fraude.
Segundo um levantamento da startup, em média, de cada dez empréstimos solicitados em sites e aplicativos de empréstimo de dinheiro, dois apresentam informações falsas, gerando prejuízo para um mercado de mais de R$ 1 bilhão por ano.“Existem diversas formas de fraudes de identidade e a maioria das soluções existentes no mercado faz apenas a consulta em várias bases de dados para checar se o CPF do indivíduo é verdadeiro. Mas só isso não resolve”, ressalta Leonardo Rebitte, CEO da fintech Mutual, líder em empréstimos entre pessoas físicas, e um dos criadores da Combate à Fraude.
Grande parte dos golpes em bancos e outras empresas digitais de serviços financeiros é decorrente do roubo de dados pessoais. Isso porque, em posse de um documento falso, um fraudador pode abrir contas em bancos, contratar empréstimos pessoais em aplicativos de fintechs e solicitar cartões de crédito, entre outras ações. Uma pesquisa da Serasa Experian aponta que, a cada 17 segundos, alguém sofre um roubo de identidade.
Tecnologia avançada contra fraudesDurante um processo de registro on-line em instituições financeiras digitais, geralmente, o interessado, além de preencher um cadastro, precisa fazer o upload de uma foto de si mesmo (selfie) segurando um documento próprio de identificação. Porém, se uma pessoa má intencionada tiver em mãos um documento falsificado, com dados de uma outra pessoa e a sua foto, ele pode causar sérios problemas.
A solução antifraude combina tecnologias como Machine Learning e Inteligência Artificial com um sistema de checagem digital de dados que permite a aprovação de cadastros de forma confiável e em poucos segundos, automatizando toda a análise documental. Os usuários que têm seus documentos rejeitados são automaticamente notificados para reenviá-los.
O processo de documentoscopia da plataforma – para verificar a autenticidade de documentos e assinaturas – usa Inteligência Artificial para comparar o documento apresentado pelo usuário com milhares de outros do mesmo Estado e ano de emissão, procurando inconsistências em mais de 200 pontos de atenção por segundo. Para isso, a startup tem parceria com diversos órgãos governamentais para consultar suas bases de dados.
Outra vantagem da Combate à Fraude é que suas aplicações foram desenvolvidas pensando na experiência do usuário final dos clientes. A empresa também presta um serviço de auxílio para a comunicação às autoridades competentes quando um crime de falsificação de identidade ocorre em seus sistemas.
Na foto: Leonardo Rebitte.