Startup desenvolve soluções sustentáveis para substituir uso de isopor e plástico

A Mush obteve um crescimento  de  110% nas vendas  em 2024

O Brasil é um dos países que mais utiliza materiais poluentes para o meio ambiente. Para se ter uma ideia,  de acordo com pesquisa realizada pela UFRGS, por ano, o consumo é de 36,6 mil toneladas de isopor. Por outro lado, os resíduos agrícolas totalizam cerca de 750 milhões de toneladas anuais. Juntando essas duas pontas, a startup Mush utiliza como matéria-prima o micélio e subprodutos da agricultura para produzir materiais 100% biodegradáveis, que podem substituir o uso do plástico e isopor. Seu principal produto, chamado Mush Pack, teve um aumento de 110% nas vendas  em 2024. Um dos indicadores  que mostra o tamanho e potencial desse mercado.

“O uso  e descarte de plástico e isopor precisa mudar com urgência. Já  estamos vendo impactos que podem se tornar irreversíveis para o meio ambiente, uma vez que estes materiais levam séculos para se decompor, poluindo os oceanos e solos. O micélio é a próxima revolução da matéria-prima surgindo como uma solução sustentável e ecológica”, explica Ubiratan Sá (foto em destaque), CEO da Mush.

Por meio da biotecnologia, a startup transforma resíduos agrícolas em um material sólido e  resistente, com a vantagem de ser  biodegradável quando recolocado no meio ambiente. No Brasil, onde os resíduos agrícolas totalizam cerca de 750 milhões de toneladas anuais, a solução ajuda a converter um potencial passivo ambiental em recurso , promovendo a economia circular.

“O micélio  se degrada de forma natural e rápida (até 90 dias), quando em contato com o solo ou água, o que   elimina o impacto ambiental. Além disso, seu cultivo utiliza menos recursos naturais e energia, é negativo em carbono, promovendo uma economia circular e um futuro mais verde para o nosso planeta”, reforça o executivo.

Ao combinar tecnologia, sustentabilidade e inovação, o produto desempenha um papel importante na preservação do meio ambiente. No Brasil, essa contribuição é  significativa, já que o país ocupa a oitava posição entre os maiores poluidores de plástico no mundo. Somente no oceano, são lançadas mais de 1,3 milhão de toneladas de plástico, problema que ameaça mais de 200 espécies marinhas devido à ingestão desse material, segundo o relatório da ONG Oceana.

“Precisamos de alternativas que reduzam esses impactos, e o crescimento  nas vendas do Mush Pack demonstra que estamos no caminho certo. Estamos  oferecendo uma opção sustentável  ao futuro das embalagens,  com um produto que atende às necessidades do mercado e do consumidor, e também ajuda a preservar o planeta para as próximas gerações”, reforça o executivo.

Para 2025, a empresa aposta no lançamento de novos produtos e projeta quintuplicar as vendas mensais. Além disso, está em busca de uma nova rodada de investimento para aquisição de ativos. “Esse é um mercado que ainda tem muito para ser  desenvolvido, principalmente no Brasil. Por isso, nosso foco é buscar recursos para criar ainda mais soluções que possam beneficiar a natureza e a humanidade”, enfatiza o CEO da Mush.

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