É inegável que a Era Digital traz novas perspectivas para o processo de ensino e aprendizagem. Agora, as edtechs – startups de tecnologia para a educação – presentes em 73% dos estados brasileiros, segundo dados do Mapeamento Edtech 2018, vêm remodelando o ensino, desenvolvendo habilidades dos alunos e auxiliando os educadores no dia a dia. Para se ter ideia, 47% atuam no segmento de educação básica, no ensino fundamental e médio. É nesse cenário que nasce a startup VOA educação, uma edtech especializada em competências humanas e incubada do Instituto Gênesis da PUC-Rio.
Através de um aplicativo baseado em Inteligência Artificial, os professores e a equipe pedagógica contam com uma espécie de assistente virtual. Entre os inúmeros recursos, o app possui ainda um chatbot (um programa de computador que faz o que é programado, simulando uma conversa humana em um chat) chamado macaquinho Zeca. Nele, o educador relata informações sobre o dia a dia das suas turmas bem como de cada aluno, como, se uma criança apresentou algum comportamento agressivo, se foi solidária com um amigo ou se mostrou criatividade na resolução de um problema. “O Zeca aprende junto com o professor a reconhecer as competências do aluno para apoiar o time pedagógico no desenvolvimento dessas habilidades”, explica Tiago Neves, fundador da empresa.
Os dados coletados são organizados em um painel que mostra através de gráficos o desenvolvimento de cada estudante nas dez habilidades humanas determinadas pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que são: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e responsabilidade e cidadania. Gerando assim um boletim socioemocional.
De posse destas estatísticas, os professores têm a possibilidade de montar planos de ações individualizados que serão acompanhados pela família e educadores. “O ensino das habilidades socioemocionais é uma das estratégias mais relevantes para promover o sucesso estudantil e incentivar a nova educação, otimizando o desempenho de alunos e professores”, diz Neves.
Apoio de peso
Pesquisas apontam que o desenvolvimento de habilidades socioemocionais é crítico para o sucesso dos alunos na vida. “Considerando as últimas políticas públicas definidas pelo MEC, como o BNCC, a tendência é a demanda aumentar com a conscientização da família e a busca do mercado de trabalho por profissionais mais desenvolvidos neste aspecto”, diz Neves. A relevância da inovação é tão grande que a VOA Educação passou por um rigoroso processo de análise e foi selecionada pela MSW CAPITAL para compor o portfólio do Fundo BR Startups, recebendo assim um investimento de até R$ 800 mil para crescer.
Idealizado pela Microsoft, o Fundo reúne investidores como Microsoft Participações, Banco Votorantim, Monsanto (atualmente Bayer), Grupo Algar, Banco do Brasil Seguros, Qualcomm e AgeRio. Gerido pela MSW CAPITAL, o BR Startups é um fundo de Capital Semente que investe entre R$ 500 mil e R$ 3 milhões e tem como objetivo alavancar o negócio das Startups por meio do conhecimento e de uma rede de parceiros de seus investidores e gestora.
Para Richard Zeiger, sócio da MSW CAPITAL, o VOA educação desenvolveu uma solução tecnológica única que, por ser facilmente implantada, vai possibilitar que as escolas passem a medir e orientar seus professores e alunos a como lidar com as habilidades humanas de uma forma lúdica, porém objetiva. “Mais importante do que tudo isso, investimos no VOA educação por acreditarmos no propósito da empresa de transformar a educação no Brasil incentivando o olhar para as competências socioemocionais, através da sua solução inovadora”, afirma.