Tecnologia e dados são facilitadores do crédito estudantil no Brasil, diz executivo

Com evolução das datatechs e expansão de soluções financeiras, estudantes podem receber melhores oportunidades para completarem os estudos 

O crédito estudantil é um importante instrumento de desenvolvimento social, permitindo aos estudantes maior acesso às instituições do ensino superior privado. No Brasil, por exemplo, soluções como o Fies, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior criado pelo governo federal, atingem milhares de pessoas matriculadas nas faculdades do país. Já para as instituições privadas, a análise do crédito estudantil vem se transformando, cada vez mais, com a tecnologia – que oferece aos futuros alunos novas oportunidades.

“Para a análise de crédito, quanto mais dados melhor. Para jovens sem históricos financeiros, a digitalização ajuda a entender o perfil do indivíduo e pode colaborar na avaliação da decisão. Ainda, com tecnologias como Pix e os bancos digitais, há uma tendência de a inclusão financeira começar cada vez mais cedo, o que facilita a identificação de padrões de comportamentos financeiros”, pontua Danilo Coelho (foto em destaque), diretor executivo de produtos e dados da Quod, datatech que atua no segmento de análise de crédito, prevenção à fraude e inteligência de cobrança.

A tecnologia também exerce um papel importante no combate à inadimplência – um grave problema entre os estudantes. Já que, para ilustrar, segundo pesquisa divulgada pela Sponte, a taxa de inadimplentes no ensino superior privado em 2023 era de quase 30%. E, em uma fase de desenvolvimento pessoal e inserção no mercado de trabalho, essas dívidas podem se tornar um percalço no futuro do cidadão.

“Saber usar a análise de dados e as ferramentas disponibilizadas pelo mercado ajuda na decisão do ‘crédito responsável’”, explica Danilo. “Para as empresas, portanto, é necessário compreender a importância e os impactos dentro do contexto da decisão de crédito. Por exemplo, percebendo a correlação entre o indivíduo, a futura formação e o histórico familiar é possível prever comportamentos e evitar perdas para ambos os lados. Essas informações mais complexas, que dependem de alto poder de análise, podem ser providas pela tecnologia”.

O especialista destaca, ainda, a evolução constante da aquisição de dados proporcionada pelos avanços recentes em ferramentas de inteligência artificial e reconhecimento de informações complexas – que permitem o entendimento do cenário para a tomada de decisões não só precisas, como também, responsáveis.  “A inovação pode nos ajudar a entender todo um contexto que pode ser bastante complexo e que é essencial até para repactuar o contrato e dar escala à situações, compreendendo a dívida de maneira humana e circunstancial. Assim, recuperando a cidadania e ajudando o aluno em uma fase decisória da vida”, completa o executivo.

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