Quem apostou que os hipermercados brasileiros estavam com os dias contados, cometeu um errou. Pelo menos é o que indica um levantamento realizado pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Depois de três anos de queda nas vendas, o formato acumula alta nas vendas em todo o primeiro semestre de 2011.
Nos meses de maio e junho, os hiper cresceram 4,5% em relação ao mesmo terceiro bimestre do ano anterior. A alta supera, inclusive, a média do setor de autosserviço, cujas vendas cresceram 3,4% no mesmo período.
Analistas atribuem a recuperação do formato a dois aspectos principais. Um deles é a maior busca por preços melhores em um momento de alta na inflação e nos níveis de endividamento da população. A outra razão apontada são os investimentos em adequação e renovação do modelo no Brasil.
No acumulado de janeiro a junho deste ano, o crescimento dos hipermercados foi de 3,5%, índice alinhado à expansão média de todos os cinco formatos de loja auditados pela Abras.
Vale dizer que a comparação é feita com uma base baixa, já que nos primeiros seis meses de 2010 os hipermercados registraram retração de vendas da ordem de 7%. No entanto, varejistas e consultores confirmam o bom momento do formato. “Há uma maior abertura desse modelo de loja no Nordeste e no Centro-Oeste, que ainda dispõem de terrenos de grande metragem. E são exatamente essas as regiões que mais têm crescido no País”, afirma André Cywinski, sócio da Tecnovarejo, consultoria que cria projetos para lojas do setor.
Para Jorge Faiçal, diretor da bandeira de hipermercados Extra, do Grupo Pão de Açúcar, fatores macroeconômicos também jogam a favor dos resultados do formato. “Com alta na renda e crédito mais farto, a categoria de não-alimentos cresceu a taxas muito mais altas do que a de alimentos. Os hipermercados ampliaram a área para esses produtos e ganharam com isso”, garante.