Segundo a vice-presidente do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), Silvia Mara Cavalcante, o Brasil é um fornecedor de créditos de carbono com potencial, uma vez que países muito industrializados e com pouca reserva florestal, como a Alemanha, precisam neutralizar a poluição que geram. Enquanto isso, o Brasil tem terra fértil suficiente.
"Inclusive, algumas empresas de outros países, que precisam obter créditos, patrocinam o plantio de árvores em países como o Brasil", afirma a especialista, acrescentando que, sem dúvida, trata-se de um negócio rentável.
"O gasto diz respeito apenas ao custo do plantio. Não estamos falando de produtos com valor agregado. No início, há o custo do tratamento da terra, mas é muito válido para empresas que têm uma área vazia, sem uso", revela.
Crédito é vendido como as commodities
Silvia acrescenta que muitas empresas financiam os investimentos no plantio e formalizam o contrato, onde o fornecedor do crédito se compromete no longo prazo, a exemplo do que acontece com as commodities. "Isso acontece porque as empresas que precisam comprar créditos têm um prazo a cumprir, que acaba em 2012", acrescenta Silvia.
Como ser um fornecedor de créditos
Não é fácil comercializar créditos de carbono. Uma tonelada de eliminação de carbono no oxigênio equivale a um crédito, mas como quantificar isso? Silvia explica que, para quantificar esses créditos, é necessário contratar especialistas na área ambiental. "A maioria das empresas têm engenheiros florestais".
Qualquer empresário pode comercializar os créditos, seja ele produtor rural ou industrial. Basta ter uma área para plantio. A ressalva é que, antes de ingressar nesse mercado, é preciso elaborar um projeto, que deve ser aprovado pela Onu (Organização das Nações Unidas).
E, para elaborar esse projeto, é necessário contratar consultorias especializadas no assunto. Por conta disso, o investimento pode ser mais alto do que o empreendedor esperava. A boa notícia é que as empresas podem se unir, reduzindo, desta maneira, o custo de um projeto.