Comércio varejista deve gerar 122 oportunidades de negócios nas 12 cidades-sede durante a Copa

Levantamento feito pelo Sebrae em parceria com a FGV revela 122 oportunidades de negócios para essas empresas nas 12 cidades-sede

O comércio varejista concentra mais da metade das 5,9 milhões de micro e pequenas (MPE) empresas existentes no país. Antes, durante e depois da Copa do Mundo FIFA 2014, o setor deve gerar 122 oportunidades de negócios para essas empresas nas 12 cidades-sede da competição internacional, segundo o estudo ‘Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede’, desenvolvido pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O mapeamento é uma das ações previstas no Programa Sebrae 2014, que receberá, até 2013, investimentos de R$ 80 milhões. Os recursos estão sendo aplicados em programas de consultoria, inovação e acesso a mercados, como o Sebrae Mais, Sebraetec, Agentes Locais de Inovação (ALI) e Centrais de Negócios.

Além do comércio varejista, foram mapeados os setores de agronegócios (132 oportunidades), construção civil (128), comércio varejista (122), produção associada ao turismo (117), madeira e móveis (106), tecnologia da informação (105), vestuário (65), turismo (98) e serviços (56).

O comércio varejista será um grande guarda-chuva de oportunidades, segmentadas em atividades de apoio, alimentos e bebidas, artigos de uso pessoal, bazar e utilidades domésticas, decoração, eletroeletrônicos, material de construção e ferragens, material esportivo, moda, paisagismo, presentes e veículos e autopeças. Alguns destaques são a comercialização de bandeiras, camisas de seleções de futebol e calçados esportivos, artesanato, produtos que trabalham a iconografia local, serviço de vitrinistas, ensino de idiomas, açougues e boutiques de carnes.

Os serviços de alimentos e bebidas serão os mais impactados antes, durante e após evento esportivo. Isso devido ao número crescente de turistas que irão circular pelas cidades-sede e entorno e pelo aumento da demanda doméstica vinda de outras atividades, como serviços de bufê para empresas de construção e restaurantes.

Para aproveitar essas oportunidades, o coordenador-executivo de projetos da FGV, Roberto Pascarella, ressalta que “os empresários devem negociar o fornecimento de produtos de uso complementar e contínuo às empresas demandantes, garantindo fluxo de vendas em todas as fases do evento”.

Os produtos relacionados à beleza também devem ter forte crescimento entre os salões de cabeleireiros. Pascarella chama à atenção para o fato de que muitos dos estabelecimentos dessa área ainda atuam sem planejamento definido, o que pode ocasionar excesso de demanda sem oferta e perda de oportunidade. “Essas atividades são realizadas nos horários livres dos turistas, o que na maioria das vezes se dá no período noturno. Por isso, durante o evento, os estabelecimentos comerciais devem ampliar o horário de atendimento, de forma a atingir uma gama maior de turistas.

Raio X

O mapeamento também identificou os setores em que atualmente as pequenas empresas têm maior atuação, dando escala de densidade de 0 a 1. Nesse sentido, destacam-se a comercialização de espelhos (0,96), comercialização de bandeiras (0,94) e comércio varejista de carnes e pescados (0,93). As empresas têm, no entanto, pequena presença nas atividades de serviços de empresas de engenharia (0,31) e de vigilância e segurança privada (0,05). Vale ressaltar que das 122 oportunidades apontadas, apenas 12 tiveram índice de densidade abaixo de 0,50. A baixa densidade não significa, porém, que a atividade oferece pouca oportunidade para as empresas.

Para potencializar todas as oportunidades, as pequenas empresas precisam investir em conhecimento específico e atender a requisitos eliminatórios e classificatórios apontados pelo mapeamento. Os requisitos eliminatórios são aqueles, geralmente, de caráter obrigatório, como certidões negativas de débitos tributários federais, estaduais e municipais, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), inscrição municipal e alvará de funcionamento.

Os classificatórios são os que agregam valor à empresa, estabelecendo diferenciais competitivos, certificação, aspectos de sustentabilidade, dentre outros. São de três tipos: documentação geral, gestão e sustentabilidade. Na documentação geral, destaca-se a inexistência de restrições junto à Serasa, exame anual de saúde física/mental dos funcionários e evidências de que possui mecanismos de controle de qualidade e de gestão de seus processos (planilhas e registros). Nos requisitos de gestão, está a observância às determinações do Código de Defesa do Consumidor, atendimento bilíngüe e aceitação de cartões internacionais sem restrições. Nos de sustentabilidade, destacam-se a estrutura organizacional física projetada de forma sustentável e ecológica (lojas verdes).
 

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