Como já havia antecipado a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Copa deve movimentar R$ 863 milhões em receita nas lojas brasileiras, com destaque para as de artigos de uso pessoal e doméstico. Esse volume é maior que o das Copas de 2006 e 2010, e o resultado poderia ser melhor não fosse o encarecimento do crédito.
Ainda que as vendas pudessem atingir números ainda mais expressivos, uma coisa é inegável: a circulação de pessoas nas lojas varia muito em dias ou em véspera de jogos em comparação aos dias normais. Como explica Heloísa Cranchi, diretora geral da Virtual Gate, empresa que oferece soluções para o aumento de faturamento dos varejistas, “o fluxo em lojas de artigos esportivos em junho deste ano registrou crescimento de 42% em relação ao mês anterior e de 18% em relação ao mesmo mês de 2013”.
Heloísa ressalta ainda que o varejista deve aproveitar a oportunidade para conquistar esse consumidor que visita sua loja em virtude da Copa, tornando-o fiel também após o término do evento. Isso é possível estudando seu comportamento no ponto de venda, investindo em campanhas de marketing direcionadas ao perfil do público da loja e fazendo-se lembrar, seja por e-mails marketing, SMS com avisos de promoções ou até mesmo pelo contato pessoal e atendimento diferenciados.
De acordo com o levantamento realizado pela Virtual Gate, o grande destaque para o varejo durante a Copa foi após a segunda partida da seleção brasileira (17/06/2014), quando houve um crescimento de fluxo de clientes nas lojas.
Mas como a Copa é um evento isolado e pontual, a análise da Virtual Gate apresenta o comportamento do varejo de todo o primeiro semestre, o que permite um estudo mais abrangente do cenário econômico do País e que reflete diretamente no consumo de sua população.
Assim, a análise indica que fluxo de pessoas no varejo geral, que já registra recuo médio de 13% no comparativo de janeiro a maio de 2013 versus 2014, apresenta ainda 5% de redução no mês de junho do ano atual em relação ao anterior. A base mensal de fluxo de pessoas demonstra recuperação nos últimos dois meses de 2014, entretanto ainda não alcançando a quantidade registrada em 2013.
Quando verificado os pontos de vendas por segmento, verifica-se que a redução do primeiro semestre de 2014 afeta principalmente as lojas de vestuário, com recuo médio de 16% em relação ao mesmo período de 2013, seguido por redução 5% no segmento de lojas de material de construção e 3% em tecnologia e comunicação.