O consumo neste Natal deve crescer de 5% a 7%, estimam entidades ligadas ao comércio. Além disso, o comportamento do consumidor também deve mudar, por conta da inflação e da acomodação da renda e do emprego.
De acordo com o economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Bruno Fernandes, a projeção é de que, neste Natal, as vendas cresçam de 5% a 6%. “Um aumento positivo, embora seja inferior ao registrado entre 2009 e 2010, que foi de 10,9%”, explica.
Já para o presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior, a expectativa é de que as vendas cresçam de 6% a 7%. “Um bom resultado, mas menor que os 11% registrados entre 2009 e 2011. A previsão é de que haja uma desaceleração”, afirma.
Crescimento menos expressivo
De acordo com Fernandes, o mercado de trabalho e a renda do brasileiro tiveram acomodação, por isso a desaceleração nas vendas deste ano. Além disso, a oferta de crédito não tem acompanhado o crescimento da demanda. “A inflação também influencia, pois faz com que o custo de vida aumente e a disposição para compra diminua”, explica.
Segundo Pellizzaro, a base comparativa deste ano é diferente, por isso a diferença na expectativa, além da inflação, que também deve ter reflexo. “O processo inflacionário comprometeu a renda do consumidor”, completa.
Por outro lado, ele afirma que as classes D e E devem consumir mais. “Devemos ter uma ascensão maior das classes D e E do que no ano passado, quando elas não tinham as mesmas condições de compra”, explica.
Produtos
Para o presidente da CNDL, os móveis e eletroeletrônicos devem ter menor procura neste ano, sendo estimado um crescimento menos intenso que a média do comércio em geral. Já os produtos de menor valor agregado devem ser os mais procurados. “Vestuários e calçados devem ter um crescimento maior que 7%, pois a tendência é de que o consumidor perca o interesse em comprar eletroeletrônicos mais caros, pois eles já os possuem e são produtos que duram mais”, comenta.
Por outro lado, o economista da CNC acredita que, neste ano, os eletroeletrônicos devem ser os principais produtos consumidos neste ano. “Celulares também devem continuar na preferência do consumidor, tendo neste ano a presença também dos tablets”, explica.
Outro destaque do Natal, segundo Junior, devem ser os itens de perfumaria e cosméticos. “A procura por esses itens tem crescido no Brasil, tanto que devemos trabalhar com uma estimativa acima dos 6%”, acrescenta.