05|12|2011
Em um mundo cada vez mais globalizado, as marcas regionais de compra coletiva precisam encontrar diferenciais para sobreviver frente à concorrência das grandes empresas nacionais e internacionais.
Sem poder competir com os vastos recursos, enormes estruturas e profissionais gabaritados das empresas de grande porte, as empresas locais assumem uma identidade própria e uma dinâmica toda especial para sobreviver em um mercado de livre concorrência.
Dentre o arsenal das marcas regionais se encontram virtudes como agilidade, conhecimento local, cultura regional, logística, confiança da comunidade e proximidade de relacionamento, que, no final, contam pontos decisivos na hora da conquista pela preferência do consumidor que mora ao lado.
Entender as particularidades de cada região, encontrando soluções que atendam as necessidades do ambiente é uma das grandes dificuldades que os gigantes do mercado de compra coletiva enfrentam. Pois, instintivamente, querem replicar a padronização e nivelação dos produtos e serviços advindos da matriz, mas que nem sempre são os mais indicados para o lugar.
As marcas regionais por terem nascido dentro da comunidade local, naturalmente possuem um contato muito mais próximo com o consumidor e com os fornecedores, entendem melhor a cultura do povo e transmitem uma sensação maior de cumplicidade, respeito e acolhimento.
Apesar de objetivos similares, como a busca por maiores fatias de mercado, audiência, aumento de rentabilidade e expansão dos negócios, os pontos intangíveis de ligação com a marca regional pode fazer toda a diferença na preferência dos clientes e dos parceiros comerciais na hora de fechar negócio.
Outra questão importante refere-se à visão com relação ao mercado local, enquanto que, para as grandes empresas uma determinada região significa apenas mais um pontinho no mapa, para uma empresa local aquilo é o seu mundo todo, afinal suas raízes e a sua vida estão lá.
Em decorrência disto, as atitudes, a dedicação e os interesses das empresas regionais tendem a ser muito mais sociais, abrangentes e sustentáveis do que as empresas “de fora”.
Segundo Jaime Troiano, presidente do Grupo Troiano de Branding: “As origens, hábitos locais e o folclore são respeitados pelas marcas regionais. Os consumidores se sentem mais confiantes por saberem que a fábrica está localizada na sua cidade ou Estado. Além disso, essas marcas confirmam a presença da pessoa no local em que consome, criam o sentimento de pertencer a um grupo, o que gera mais segurança”.
É preciso lembrar, apenas, que a grande empresa não é grande por acaso, ela também começou como uma marca regional de sucesso em alguma localidade, e o seu crescimento e desenvolvimento são frutos de méritos e esforços. A experiência de um modelo de negocio testado e aprovado, com certeza, ajuda nos momentos de expansão e na busca de novos horizontes.
Portanto, não existe um modelo ideal onde as marcas regionais reinam ou as marcas globais imperam, existe sim, um ambiente competitivo de mercado onde cada uma, precisa encontrar o seu espaço e correr atrás de seus valores e objetivos.
O importante é manter um jogo justo e leal, onde haja união de esforços para preservar e fortalecer o mercado de compras coletivas, pois, sempre que um determinado site ou determinada oferta não cumpre com o prometido ou desrespeita o código de defesa do consumidor, isso recai negativamente sobre todos os outros, independente do porte ou da localidade.
A luta é árdua, no campo de batalha onde “sardinhas” e “tubarões” se encontram atrás das mentes, corações e bolsos dos consumidores em qualquer lugar do mundo, apenas uma coisa é certa, quem sempre dá a palavra final é o cliente, que no meio de tudo isso, possui cada vez mais opções e se beneficia de produtos e serviços de melhor qualidade.
Paulo Funada é diretor executivo do site Mercado Zero.