No primeiro semestre deste ano a inadimplência do consumidor avançou 22,3% em relação ao mesmo período de 2010. Este aumento é o maior dos últimos nove anos, apontou o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. O crescimento da inadimplência se deu em quase todas as modalidades de pagamento pesquisadas, excluindo os protestos.
Na comparação mensal o crescimento da inadimplência desacelerou-se, com alta de 7,9% em relação a maio. Na relação anual o indicador avançou 29,8%, o que representa o maior aumento nesta avaliação desde maio de 2002.
Dentre os componentes do indicador, a inadimplência com os bancos deu a principal contribuição para a alta do índice mensal, com avanço de 8,1%, respondendo por 3,8 pontos percentuais na variação total. As dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água), e os cheques sem fundos também colaboraram para a alta do indicador com variação de 5,4% e 18,9%, respectivamente.
Segundo economistas da instituição, no momento o consumidor “enfrenta uma redução no poder aquisitivo e o crescente endividamento dificulta o pagamento das dívidas assumidas anteriormente”. Assim, o forte crescimento da inadimplência no semestre “é justificado pelos efeitos da política monetária para controle da inflação, alta dos juros, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e encarecimento do crédito”, apontou o Serasa em comunicado.
Já o valor médio das dívidas não bancárias caiu 20,2% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual intervalo do ano anterior, passando de R$ 385,50 para R$ 307,54 neste ano. A redução no valor médio das dívidas bancárias, entretanto, foi menor, com queda de 2,0% na comparação com o primeiro semestre de 2010, passando de R$ 1.335,17 para R$ 1.307,90 neste intervalo.