Inadimplente ganha até 2 salários mínimos, diz ACSP

Segundo pesquisa, principal motivo para o consumidor deixar de honrar seus pagamentos é o desemprego

Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulgada nesta segunda-feira, 10, revela que o paulistano inadimplente tem, em média, de 26 a 35 anos, ganha de um a dois salários mínimos e deve mais de R$ 1 mil. O levantamento aponta ainda que o principal motivo para o consumidor ter deixado de honrar seus pagamentos é o desemprego – 55% dos entrevistados deram essa justificativa -, mas 77% dos que atrasaram as contas por conta da perda de trabalho já estão novamente empregados, "mostrando que a oferta de emprego ainda está bastante positiva". A ACSP entrevistou 804 consumidores que procuraram o balcão de atendimento do SCPC em setembro.

Quanto à renda individual, 45% dos inadimplentes recebem de um a dois salários mínimos – em março, data do último levantamento, 43% ganhavam o mesmo e em setembro do ano passado, 38%. Ao levar em consideração a renda familiar, a pesquisa mostra que 57% ganham entre um e três salários mínimos, praticamente o mesmo patamar de março (56%) e setembro de 2010 (55%). O valor total da dívida é de mais R$ 1 mil para 57% dos paulistanos. Em março, 45% se encontravam nessa mesma situação e em setembro do ano passado eram 60%.

As dívidas foram contraídas, segundo a pesquisa de setembro da ACSP, por carnê (28%), cartão de crédito (24%), cheque (20%), cartão de loja (18%) e empréstimo (10%). Os produtos que motivaram as dívidas são roupas e calçados (26%), eletrodomésticos (19%), empréstimo pessoal e alimentos (ambos com 10%). Boa parte dos devedores, ou 39%, possui dívidas com uma única empresa, enquanto 13% estão inadimplentes com mais de quatro companhias.

A boa notícia apontada pela ACSP é que 63% dos inadimplentes pretendem quitar suas dívidas em até um mês, principalmente com a utilização do salário aliado ao corte de gastos – 85% disseram que esse é o caminho para quitar os débitos, ante 83% em março e 73% em setembro de 2010. "Esse é um bom exemplo que deveria ser seguido pelos governos: cortar gastos para reduzir dívidas", afirma o presidente da ACSP, Rogério Amato, em nota à imprensa.

 

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