Aproveitar o espaço e reduzir os custos fixos são os principais motivos que estão levando empreendedores do varejo a escolherem o "store in store" como modelo de negócio.
Já consolidada em outros países, a prática de colocar uma loja dentro da outra cresce no Brasil, atraindo, principalmente, franquias do setor alimentício.
Para Claudio Felisoni, presidente do Conselho do Provar (Programa de Administração do Varejo) e do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), o "store in store" eleva o fluxo dos consumidores. "É uma maneira de criar estímulos para manter o consumidor mais tempo na loja", diz.
O professor explica que, com a expansão das cidades e o encarecimento dos custos de locação comercial, os empresários procuram cada vez mais alternativas para diminuir gastos fixos.
Há um ano, o grupo Yoguland, rede paulista de "frozen yogurt", implantou uma loja, em parceria com uma franquia Subway, em Sorocaba (a 87 km de São Paulo). Hoje, há dez lojas no Estado nesse modelo.
Tiago Campos, sócio-diretor da marca, afirma que o custo de uma loja "store in store" é menor, pois é dividido com a loja parceira, e o retorno é maior. "Os custos para implantar uma loja convencional na rua ou no shopping são maiores", diz.
A redução dos gastos é explicada pela divisão do espaço. Em um negócio de alimentação, a lucratividade depende do custo da mercadoria vendida, que varia de acordo com o segmento, dos gastos com mão de obra, que representam de 15% a 17% do faturamento, e dos gastos com o local, que ficam em torno de 10%.
No modelo "store in store", os gastos fixos (mão de obra e aluguel) são menores — giram em torno de 20%.
PARCERIA
Adotar esse modelo de negócio exige certos cuidados dos empreendedores. "Os empreendimentos devem ser complementares", alerta Felisoni.
O Grupo Umbria, de alimentação, agregou três marcas do mesmo ramo — Domino’s Pizza, Spoleto e Koni Store — para implantar esse modelo. "O grande apelo da Domino’s é a venda às sexta-feira e nos fins de semana e a do Spoleto é durante o horário comercial", afirma Antônio Moreira Leite, diretor de franquia e marketing da rede Spoleto.
Para implantar o "store in store", os empreendedores também devem atentar para as oportunidades que a loja parceira pode agregar e se o espaço a ser cedido fará diferença. "Tudo deve ser sempre documentado", ressalta Felisoni.