As redes sociais são uma característica da nossa geração. Não há como imaginar o futuro sem elas, há a necessidade desta troca de informações. As pessoas criam perfis, compartilham seus gostos e sua rotina. Ficam ‘viciadas’ na rede, mas depois a abandonam ou trocam por outra. Este é um processo natural e não há como mudar esse ciclo. Já existem muitas redes e outras tantas estão por vir. E estas devem estar atentas as mudanças no perfil dos usuários para obter sucesso.
As pessoas buscam rapidez e mobilidade e é isso que as redes sociais que virão devem oferecer. De acordo com um estudo realizado pela Teleco, o acesso à internet feito por dispositivos móveis cresceu 138%, no Brasil, em 2010. As pessoas usam seus aparelhos móveis para realizar as mais diversas funções e entre elas está o acesso às redes sociais. Cerca de 30% dos usuários atualizam seus perfis por smartphones e tablets.
É sabido que nenhuma rede de relacionamento é eterna, como nada é. Elas aparecem, atraem milhões de pessoas e depois são esquecidas. Existem diversas atualmente, mas algumas se destacam, como é caso do Orkut e do Facebook, por exemplo. O Orkut já está perdendo espaço há algum tempo e o Facebook talvez já tenha iniciado este processo.
A próxima rede social que virá, porque certamente aparecerá outra, deve ter foco na mobilidade. O Brasil foi apresentado às redes sociais em 2004 por meio do Orkut, que ainda é a mais popular no país. Naquela época, os dispositivos móveis ainda não eram uma realidade, como acontece hoje. E assim como o acesso a internet por aparelhos móveis está crescendo, os usuários do Orkut têm ficado cada vez menos tempo nas páginas do site.
Dados da comScore mostram que, em março deste ano, houve queda 30,9% no tempo médio de navegação por usuário no Orkut. Muitos acreditam que esta perda de espaço tenha acontecido em consequência da migração dos usuários para o Facebook. Eu acredito que as propostas são diferentes e as redes poderiam ser usadas em paralelo, mas o acesso ao Orkut por aparelhos móveis não é nem um pouco amigável e esta é a principal causa da perda de usuários.
Que este exemplo sirva de lição para as redes sociais que surgirem. Cada vez mais, os próximos Mark Zuckerberg devem investir na facilidade de acesso por aparelhos móveis. Afinal, ninguém quer perder tempo e as pessoas aproveitam o trânsito, a espera pelo almoço e qualquer minutinho ocioso para verificar seus perfis. Se a interface não for amigável o insucesso é certo.
Outra prova de que o investimento em mobilidade é fundamental é o crescimento da venda de smartphones. A The Nielsen Company divulgou que 23% dos celulares em uso nos Estados Unidos são smartphones. Em 2009, eram 16%. A queda no número de usuários do Facebook nos Estados Unidos poderia ser associada ao aumento do número de smartphones.
A rede social criada por Mark Zuckerberg caiu de 155 milhões para 149 milhões de usuários somente nos Estados Unidos. Mas apesar da baixa, o Facebook oferece um bom acesso por meio dos aparelhos móveis. Acredito que esta perda de espaço seja mais pela saturação das pessoas do que pela dificuldade de acesso.
No Brasil, ainda vai demorar um pouco para que o Facebook comece a perder espaço. Aqui a rede continua em expansão. Mas este é um processo natural visto que o Facebook está perdendo usuários nos países onde se popularizou primeiro, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, e está crescendo nos países em que chegou depois, México, Índia, Argentina e Brasil.
As redes sociais vieram para ficar. Orkut, Facebook, Twitter, LinkedIn, Myspace e tantas outras, fazem parte do cotidiano das pessoas. Não é por acaso que as empresas têm usados as redes sociais para se relacionar e atrair clientes. Há a necessidade de ter amigos e trocar informações por meio dos perfis. Quem pretende ter sucesso com as redes de relacionamento, como o Mark Zuckerberg, tem que investir em mobilidade.
No Brasil, a venda de tablets e smartphones só aumenta. As pessoas dão preferência para os smartphones ao invés dos celulares comuns. Com a chegada de fábricas destes produtos ao país, assim como a diminuição dos impostos, o consumo aumentará muito e ainda neste ano. Dados da IDC estimam que em 2011 a venda de smartphones deve crescer 55%.
Para acompanhar o aumento na venda dos dispositivos móveis, a tendência é que até o final deste ano o número de usuários de banda larga móvel seja de 32 milhões no Brasil. Já os de banda larga fixa serão 17 milhões, segundo a Teleco. Os números mostram que quem não investe em mobilidade, seja em redes sociais ou qualquer outro serviço, vai perder espaço.
João Moretti é diretor Geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas.