Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), em Cubatão, Petrobras, em Paulínia, Petrobras, em São José dos Campos, Petrobras, em Cubatão, Petroquímica União S/A, em Santo André, Companhia Brasileira de Alumínio, no município de Alumínio, Votorantim Cimentos do Brasil S/A, em Saltos de Pirapora, e Rhodia Poliamida e Especialidades, em Paulínia. Essas são as empresas que mais emitem CO2 no estado de São Paulo.
Pertencentes aos setores de aço, ferro, gusa, minerais não-metálicos, químico e petroquímico, elas são responsáveis por 63% do total de emissões de gás carbônico no estado de São Paulo, o equivalente a mais de 18 milhões de toneladas por ano, segundo a Agência Brasil.
O resultado integra o Relatório do Inventário Estadual de Fontes Fixas Emissões de CO2 – Fontes Industriais – Combustíveis Fósseis, da secretaria estadual de Meio Ambiente, divulgado na semana passada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Pesquisa
O levantamento classifica 100 indústrias como as principais responsáveis pelas emissões. Para a elaboração do inventário, foram selecionadas 371 empresas com maior potencial emissor, entre as quais, 329 disponibilizaram as informações. A pesquisa levou em consideração o consumo de combustível fóssil e a produção industrial nas estimativas de emissão de cada indústria.
Na avaliação do idealizador do estudo, o ex-secretário estadual do Meio Ambiente, José Goldemberg, a identificação dos emissores de CO2 incentiva a adoção de metas de redução desses índices, mas sem punir as indústrias. "Qualquer redução que possa ser feita no estado já coloca o País à frente da agenda ambiental internacional", analisa.
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Defesa
A Agência Brasil procurou as oito empresas listadas no topo do ranking de emissão. A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que suas refinarias cumprem rigorosamente a legislação dos estados em que estão instaladas. Disse ainda que, a cada ano, a empresa aumenta o investimento na redução de emissões.
"O planejamento estratégico prevê, até 2012, US$ 8,5 bilhões para a melhoria da qualidade dos combustíveis", afirma a nota enviada pela companhia.
A Rhodia, também por meio de sua assessoria, afirmou que as emissões em Paulínia referem-se a um complexo industrial composto por 31 unidades de fabricação de vários produtos da própria empresa e de outras instaladas na localidade.
Além disso, foi informado que a Rhodia investiu US$ 12 milhões em projetos de redução de emissões. Por exemplo, no local, há dois projetos para redução de gases causadores do efeito estufa, sendo que um deles é o maior em funcionamento no País.
As outras empresas não responderam à Agência Brasil.
Indústrias são principais poluidoras
A pesquisa denunciou que as emissões provenientes das cem primeiras indústrias com potencial de geração de CO2 respondem por 98,1% da emissão potencial total do estado. Já no que se refere à emissão resultante do processo produtivo, o número é de 99,7%. Por sua vez, quando a emissão é gerada pelo consumo de combustível, o resultado é de 97%.
A Cetesb informou que a próxima etapa é concluir o inventário de outros setores que também emitem gás carbônico (por exemplo, transporte, energia e comércio). Além disso, o relatório diz que serão levantadas as emissões provenientes do uso de combustíveis renováveis, bem como aquelas decorrentes da produção agrícola associada à produção da biomassa usada pelos setores pesquisados.