Em 2007, enquanto a rede Carrefour teve crescimento real de 33% – graças à aquisição do Atacadão -, o Pão de Açúcar, de 4% (contando com dois meses de aquisição das 34 lojas do Assai), e o Wal-Mart, de 12%, com 11 novas lojas, o G Barbosa, de Sergipe, cresceu 22%, contabilizando faturamento de R$ 1,9 bilhão.
Além disso, o Prezunic (Rio de Janeiro) teve expansão de 20% e faturamento de R$ 1,5 bilhão, o Savegnago (interior de São Paulo) de 17% e faturamento de R$ 600 milhões e o Yamada (Pará) de 13%, com R$ 1,1 bilhão. Os dados constam do relatório anual da Supermercado Moderno, sendo fruto de pesquisa com 444 empresas do auto-serviço de todo o País.
Outras redes ainda menores também registraram taxas de crescimento altas, na comparação com os gigantes do ramo:
Comercial Pereira da Silva (SP), com uma loja a mais, cresceu real 50% e teve faturamento de R$ 28 milhões, no mesmo período de análise;
Stedile Perboni (PR), com uma loja a mais, cresceu real 50% e somou faturamento de R$ 25 milhões;
Patrezão (SP), com uma loja a mais, cresceu real 34%. Faturamento de R$ 127 milhões;
Organização Verdemar (MG) com as mesmas lojas, cresceu real 24%. Faturamento de R$ 135 milhões;
Comercial Zimbreira (interior de São Paulo), com uma loja, cresceu real 21%. Faturamento de R$ 49 milhões;
Koch (SC), com as mesmas lojas, cresceu 20% real. Faturamento, também em 2007, de R$ 85 milhões;
Pato Branco (RO), com uma loja, cresceu real 18%. Faturamento em 2007 de R$ 44 milhões.
Motivos
De acordo com o diretor de publicação da Supermercado Moderno, Sergio Molinari, os pequenos supermercados têm uma tendência natural ao crescimento, graças à relação mais próxima com o consumidor, que garante melhor atendimento.
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"Historicamente, nas lojas menores, há um relacionamento corpo a corpo mais intenso, o cliente conhece os atendentes e, algumas vezes, até o dono do supermercado. Como o empresário conhece de perto o consumidor, sabe quais produtos ele procura, que promoções atraem mais e como deve ser o ambiente".
No ano passado, especificamente, eles foram beneficiados pelo aumento da massa salarial (+6,8%), pelo menor nível de desemprego dos últimos dez anos e pela ampliação do crédito ao consumidor.
"A classe C aumentou de 36% da população para 46%. São famílias que pertenciam às classes D e E e viram aumentar seu poder aquisitivo. Elas moram em bairros mais afastados, periferias, e no interior dos estados", explica Molinari. "Como as redes locais atendem melhor essa família, elas não têm mais a necessidade de se deslocar até um supermercado grande para fazer as compras".
Profissionalização
O diretor lembra que o atendimento é um diferencial favorável às pequenas redes, mas que já existia antes. E conclui que um dos principais motores do crescimento tem sido a profissionalização dessas redes. "Nos eventos que promovemos, os temas sucessão familiar e profissionalização da empresa são os mais procurados pelos supermercadistas".
Ele conta que, sem exceção, todas as redes locais são familiares. Assim, quem cuida do negócio é o fundador. Nos últimos anos, esses presidentes têm percebido que, se a gestão não for conduzida por um profissional, não conseguirão crescer. Por isso, estão procurando, na família, parentes qualificados e preparados. Na ausência deles, estão contratando executivos do mercado.
Ao mesmo tempo em que os supermercados menores crescem e fidelizam consumidores, os grandes tropeçam em sua própria expansão. "O relacionamento mais frio com clientes é da natureza das grandes empresas, que, muitas vezes, perdem o controle sobre as centenas de funcionários que mantêm. Além disso, até para conseguirem competir, estão comprando redes menores e abrindo ainda mais unidades de suas marcas, mas lojas novas demoram para ser rentáveis".
Como solução para vencer a disputa com os pequenos supermercados, Carrefour e Pão de Açúcar estão abrindo lojas menores nos bairros.