A cada dia que passa, mais brasileiros aderem às redes sociais. De acordo com pesquisa sobre internet realizada pela joint venture Ibope Nielsen Online, a subcategoria "Comunidades" – que engloba sites de redes sociais, blogs, microblogs, fóruns e outros sites de relacionamento – contabilizou 39,8 milhões de usuários únicos em todo o Brasil em dezembro de 2011. Com esse desenho, surgem novas oportunidades de negócios para empreendedores que vislumbram a internet como cenário de atuação.
Para o nicho de aplicativos móveis, os dados estimulam o crescimento de um mercado novo com muitas vertentes por explorar. São jogos destinados aos usuários, plataformas que permitem a interação com os demais usuários da rede, e aplicativos que organizam datas e tarefas sincronizadas aos sites, entre outras possibilidades.
De acordo com um ranking sobre redes sociais brasilerias, feito em 2011 pela comScore – companhia americana especializada em medições do mundo digital -, o Facebook cresceu 192% só no Brasil.
Para Rafael Lamardo, professor de tecnologia da informação do MBA e pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), apesar de o setor oferecer boas expectativas, o empreendedor deve ter conhecimento prévio antes de investir suas fichas nesse nicho. "Engana-se quem imagina que o investimento é baixo. A aplicação em pesquisa, que é essencial, é alta e a mão de obra, cara. Para reter os bons desenvolvedores, o empresário terá que gastar com uma boa gestão, por exemplo."
Além dos custos de implantação, o empreendedor que deseja entrar no nicho precisa ser paciente. De acordo com o professor, o prazo para retorno do investimento chega a três anos. "É muito difícil encontrar uma empresa que surja com o que chamamos de ’aplicativo matador’, aquele que acerta de primeira. Basta analisar as grandes empresas de aplicativos estrangeiras. A maioria tem uma longa história para contar. Foi necessário tempo para que pudessem se consolidar."
LikeStore
Para pegar um lugar na onda das redes sociais, o empresário Ricardo Grandinetti e seus quatro sócios desenvolveram a LikeStore, plataforma que permite a criação de uma loja virtual dentro de uma página do Facebook – maior rede social do País, que em dezembro de 2011 atingiu a marca de 36,1 milhões de usuários, segundo a comScore.
O projeto data de 2010, mas a implantação foi iniciada há cerca de um ano. A atual versão está no ar desde agosto do ano passado. Os empreendedores investiram R$ 2 milhões. O dinheiro será destinado a todos os gastos da empresa até julho de 2012. "Temos tudo planejado. O dinheiro vai ser usado para pagar os gastos com funcionários, infraestrutura e assessoria de imprensa", explica o empresário. "Esperamos recuperar o investimento em três anos."
Segundo Grandinetti, que também atua como gerente de produtos da LikeStore, hoje já são 4 mil lojas vendendo através da plataforma. A manutenção do serviço é gratuita. A única taxa cobrada é sobre a comercialização dos produtos: 2% do valor bruto de cada venda.