O Sebrae alerta contra a cobrança de preços abusivos durante as Olimpíadas e, por isso, orienta os empreendedores a cobrarem um preço justo dos turistas nacionais e estrangeiros que visitarem o Rio de Janeiro e as demais cidades onde haverá jogos do torneio. Em uma cartilha voltada para os empresários, o Sebrae dá dicas de atendimento aos turistas durante o evento esportivo. A instituição dedica um capítulo à precificação dos produtos e serviços oferecidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras.
De acordo com a diretora-técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, a prática de preços muito elevados pode levar o turista a não recomendar a cidade como opção de visita, criando uma imagem negativa sobre aquele destino turístico. “O Brasil é considerado um país caro, mesmo com a desvalorização do real. É natural que, com o aumento da demanda, os preços sejam ajustados. Contudo, o turista, assim como todo consumidor, não deve se sentir explorado”, assinala. Para precificar um produto é preciso listar os custos fixos e variáveis, assim como a margem de lucro.
Além da precificação, a cartilha traz outras sete dicas de como alcançar a excelência no atendimento do turista durante os Jogos Olímpicos. Rever a prestação de serviços pela ótica do turista, ter foco no cliente, estabelecer parcerias, ter um relacionamento interativo com o freguês, atuar de forma diversificada no mercado, estar atento às tendências e entregar valor são dicas do Sebrae. “Empreender no turismo é trabalhar enquanto todos estão de férias e se divertindo, ou em horários em que normalmente as pessoas estão dormindo, em feriados, nos quais a maioria das pessoas descansa”, diz Heloisa Menezes.
“Restaurante fechado no horário de almoço, táxi que se recusa a levar os passageiros a determinados pontos da cidade, museu que fecha nos fins de semana, hotel que encerra o serviço de quarto às 22h: tudo isso ainda é realidade em muitos destinos turísticos brasileiros, mas são incompatíveis com a excelência no atendimento”, pondera a diretora-técnica do Sebrae.
Dicas:
– Os grandes eventos não são a última chance para faturar, mas oportunidades de atrair atenção do mundo para o Brasil. Por isso, saiba como precificar seu produto. Liste seus custos fixos e variáveis, assim como sua margem de lucro, e repasse ao consumidor o preço justo pelo produto/serviço que está sendo prestado.
– Em toda relação comercial, o cliente é o ator principal. Assim, atenda seu cliente como gostaria de ser atendido em suas viagens. Conheça seu cliente para oferecer aquilo que ele quer e ter a capacidade de despertar vontades.
– Estabeleça parcerias de tal modo que o turista não perceba que os serviços estão sendo prestados por empreendimentos diferentes. Esse é um importante indício de que a qualidade que você oferece está sendo replicada pelos demais.
– Com base no perfil do seu cliente, escolha em qual rede social seu empreendimento estará. Adultos usam mais o Facebook, já adolescentes preferem o Snapchat. No Instagram, abuse de imagens chamativas e faça promoções que favoreçam a interação com seus fãs.
– Entregue valor ao seu cliente, ou seja, surpreenda o cliente, ofereça algo a mais do que ele comprou. O que não significa, necessariamente, que a surpresa resida apenas em ações grandiosas. É possível surpreender com pequenas atitudes e mimos, típicos da hospitalidade.
– Equipamentos turísticos, apesar de serem originalmente pensados para os turistas, podem e devem atender a outros tipos de público, como moradores e trabalhadores temporários. Contudo, é imprescindível diferenciar as necessidades de cada um e o que será entregue de valor.
– A implantação de qualquer tendência tem que estar relacionada ao perfil do público-alvo dos estabelecimentos. Não seria efetivo, por exemplo, se tornar uma pousada supertecnológica, se o cliente quer se desconectar.