Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais promove reutilização de resíduos da construção

O que sobra e gera custos em uma construção, falta na outra. Em Minas Gerais o problema dos resíduos sólidos da indústria da construção civil tem nova solução. O site www.bolsadereciclaveis.com.br, idealizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) promove o encontro de quem oferece e quem busca materiais como terra e entulho.

Cartilhas feitas com o apoio do Sebrae orientam sobre o que pode ser reutilizado e que tratamento esse material deve ter. Quando a obra é pequena, a orientação é separar o que pode ser reciclado e armazenar até que o volume encha um caminhão. Aí ele é ofertado.

Segundo dados da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) da Prefeitura de Belo Horizonte, a construção civil é responsável por boa parte dos resíduos sólidos encaminhados aos aterros, cerca de 34%. Em 2007, o total de entulho e terra recebidos/coletados pela SLU/PBH foi de 700.046 toneladas, sendo 46% de terra. Ou seja, 322 mil era terra pura e o restante, 54%, ou 378 mil toneladas, entulho.

"São materiais que não precisavam ser enviados para lá", afirma o vice-presidente de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente do Sinduscon/MG, Eduardo Henrique Moreira. "O aterro de Belo Horizonte já se esgotou. Está em andamento uma concorrência para um novo", completa Moreira. A iniciativa permite redução de custos, destinação ambientalmente correta e ampliação da vida útil dos aterros.

A coordenadora de qualidade da Arco Engenharia, Viviane Lima, já conseguiu resposta para um anúncio de busca de argila arenosa feito pela empresa. "Pagamos o transporte e o material foi doado. Conseguimos, com custo muito menor, um artigo que hoje é raro na região", conta. A terra oriunda de outra obra já foi anunciada. "Se não conseguirmos quem queira, teremos de pagar o frete e o depósito em um bota-fora", diz Viviane.

Segundo o gestor regional de obras da construtora MRV, Evandro Carvalho, a correta destinação dos resíduos representa benefícios para todas as partes. "Conseguimos negociações interessantes para as duas partes e solucionamos um problema ambiental", diz. A empresa está ofertando 75 mil m3 de terra na bolsa. "Isso gera custos. Para fazer a obra, precisaremos de lincenciamento ambiental por causa da quantidade de terra removida. A destinação correta pode facilitar o processo", explica.

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