Após o salto anual de 13,6 por cento visto em abril, as vendas reais dos supermercados brasileiros desaceleraram o ritmo de alta no mês passado, tendência que deve se repetir em junho.
As vendas do setor cresceram 0,69 por cento em maio na comparação com o mesmo mês no ano passado, informou nesta quarta-feira a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Já em relação a abril deste ano, houve queda de 11,34 por cento, o que, conforme a Abras, já era esperado em decorrência da Páscoa, considerada a segunda melhor data de vendas para o setor. Em 2010, a data foi comemorada em março e neste ano, em abril.
"Os preços estão se estabilizando, com altas e baixas pontuais, e a demanda segue aquecida. Mas estamos com a base comparativa muito alta", disse o presidente da Abras, Sussumu Honda, acrescentando que junho "também vai refletir essa desaceleração do crescimento".
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o setor supermercadista registrou expansão de 4,54 por cento nas vendas sobre igual período em 2010. A previsão da entidade é de incremento de 4 por cento no faturamento dos supermercados no fechado de 2011.
"O ritmo vai ser menor, mas ainda positivo", afirmou Honda, que prevê um desempenho mais robusto para as vendas de julho "por ser um mês de férias e com cinco finais de semana cheios".
A Abras apresentou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em maio diminuiu 0,25 por cento sobre o mês imediatamente anterior. Na comparação anual, o valor da cesta subiu 7,33 por cento, atingindo 299,78 reais no mês passado.
Os produtos com maiores altas em maio sobre abril foram tomate (+10,76 por cento), extrato de tomate (+4,3 por cento) e cerveja (+3,61 por cento), enquanto as maiores quedas foram batata (-4,76 por cento), arroz (-2,96 por cento) e frango (-2,78 por cento).