É um pouco constrangedor, mas vou confessar: a internet me emociona. Calma, não feche essa aba ainda e volte correndo para o Twitter, pensando que esse papo nerd não tem nada a ver com você. Eu já explico onde é que você entra.
Bom, fato é que me surpreendo quase todos os dias com alguma ideia inovadora dos criativos digitais ou com a genialidade da galera tech na internet. Pode ser um aplicativo novo, uma nova funcionalidade do Facebook ou mesmo uma nova maneira de usar algo que já existia. E, claro, como mulher e planejadora que sou, sempre me interesso muito pelas relações humanas no mundo digital.
Relacionamentos que acontecem, fundamentalmente, nas redes sociais – no sentido amplo do termo, sem nos prendermos a determinadas plataformas. Redes sociais são espaços onde as pessoas tradicionalmente entram para se encontrar, se comunicar, trocar informações, compartilhar conhecimento e entretenimento. No fim das contas, tudo isso faz com que essas pessoas sintam-se parte de um grupo, de um grande coletivo digital.
Recentemente, essas redes sociais na internet tem visto crescer um tipo de iniciativa que amplia esse sentido de grupo, que multiplica o valor desse belo nome “social” e que verdadeiramente me emociona quando vejo que está virando tendência: as iniciativas sociais. Sociais agora no sentido de sociedade, cidadania, solidariedade. Um exemplo recente e muito expressivo foi o “Churrascão da Gente Diferenciada”, um evento criado no Facebook como brincadeira ativista e que virou realidade, juntando centenas de pessoas no bairro de Higienópolis para protestar de forma bem humorada contra o preconceito social que ameaçava impedir a construção de uma estação de metrô nesse que é um dos bairros mais nobres de São Paulo.
Esse caso é emblemático pela espontaneidade, pelo fato de ser totalmente movido por uma causa, sem envolver nenhuma marca, além de ter extrapolado o mundo virtual e tomado as ruas. Mas podemos citar outros que se encaixam nessa nova percepção de rede social como uma rede de mobilização. Temos ações de marca que seguiram a tendência de forma criativa, como, por exemplo, o também recente encurtador de Url do Carrefour (http://virou.gr/home), por meio do qual é possível doar alimentos apenas utilizando o serviço e disseminando os links encurtados entre seus amigos. Só no primeiro dia de campanha, foram mais de 5.000 Urls criadas – a meta é doar 10 toneladas de alimentos no total. Já tínhamos visto, em 2010, outras iniciativas bacanas como a Doação de Palavras para pacientes que estão lutando contra o câncer – que acontecia por meio do Twitter e era exibida na forma de recados de apoio em telões no Instituto Mário Pena.
Outro exemplo de que gosto é o case da Antárctica, que doava cadeiras de rodas a cada 1.000 “gostei” recebidos em um vídeo da campanha no Youtube. O Facebook Causes, outro exemplo de mobilização social que cresce a cada dia, surgiu para que as pessoas e marcas possam dar suporte financeiro ou simplesmente doarem seu tempo para as causas em que acreditam.
Não existe segredo: os meios são infinitos, basta uma boa causa, uma sacada (e se você for publicitário como eu, às vezes, um bom cliente) pra você fazer parte e incentivar o crescimento dessa nova, emocionante e verdadeira rede social. Mas sem esquecer que, no fundo, mais importante que mostrar que se importa, é realmente se importar e se mexer, fazer acontecer.
Marina Frederico é planejadora criativa da DigiPronto, agência que há mais de 10 anos oferece, desenvolve, cria e planeja soluções de comunicação digital.