O pensamento inovador na PME mais sustentável

Inovação é uma palavra que, assim como algumas outras, está sendo muito utilizada, principalmente em momentos de crise. Tem os que ser inovadores  para buscar novos serviços, produtos e processos. Economizar o máximo,  com  consciência ambiental e com o cuidado com as pessoas.  Ter o lucro maximizado e dividir bem as responsabilidades. Enfim, tudo isso que temos lido ultimamente. Mas buscar a inovação tendo a sustentabilidade inserida no seu pensamento é fundamental, pois cada dia mais isso está se tornando mandatório. Mas por que precisamos utilizar a inovação para prosperar?

Alguns autores colocam que a inovação está ligada às fases da humanidade, sendo que passamos pela revolução agrícola, lá no passado, e tinha a ver com a invenção de instrumentos, equipamentos e materiais para podermos ser  mais  produtivos.  Era  a  época  da  exploração,  de testar,  de  produzir artesanalmente.  Depois  passamos  por  uma  fase  de  regulamentação  do padrão  e  aperfeiçoamento,  ou  seja,  estávamos  escolhendo  os melhores instrumentos  e  processos  e  colocando  como  base  e  lei.  Depois  veio  a Revolução Industrial, que deixou estes processos cada vez mais contínuos e frequentes,  e  os  empreendedores  ganhavam  mais  dinheiro  se  seus processos eram os mais assertivos.  Com o passar do tempo, todos os empreendimentos pareciam muito iguais e coisas  novas  precisavam  ser  feitas.  Com  isso  surgiu  a  inovação  e  a combinação. Inovamos para buscar novas soluções para problemas antigos e velhos,  ou  melhorar  o  que  está  por  aí.  Esta  inovação  muitas  vezes  é  a combinação de dois temas que aparentemente não têm muito a ver entre si.

A combinação muitas vezes é o “clique mágico” para uma nova ideia ou um novo processo. Quer ter uma ideia de como usar esta tal da inovação?  Então, li uma notícia do dia 3 de março de 2015, no jornal O Estado de São Paulo, cujo título era: 40% dos moradores de favelas desejam abrir o próprio negócio. Continuei lendo a matéria e vi que, segundo a pesquisa do Instituto Data Favela, quatro em cada dez dos 12,3 milhões de moradores das favelas brasileiras sonham empreender. 35% querem investir na área de alimentação e 63% querem abrir seu negócio dentro da própria comunidade. O estudo mostra  ainda  que  51%  destas  pessoas  são  mulheres  e 56%  pertence  à classe C.

Puxa, mas o que isso tem a ver com a inovação? Estes são apenas alguns dados de mercado que mostram que o empreendedorismo está aflorando, inclusive em comunidades de baixa renda. Você pode simplesmente ler esta notícia  e  ficar  feliz  que  as  pessoas  destas  favelas  estão  buscando  ser empreendedores; ou pensar em um negócio que você pode ajudar ou apoiar; ou,  quem  sabe,  criar  um  sistema  de  melhorias  de  processos;  ou  ainda desenvolver  um  negócio  de  impacto  social,  que  melhore  a  comunidade, inclusive; ou uma escola com um curso específico para este público.

Enfim, são muitas as ideias que você pode adaptar ao seu atual negócio ou a um outro negócio que poderá abrir focado neste nicho de mercado. Mas o que fazer, são tantas coisas? Pois  é  exatamente  aí  que  diferenciaremos  efetivamente  um  bom empreendedor ou somente uma ideia que não será um negócio de verdade. Ou seja, um sonho bonito.

Para aqueles que, além do empreendedorismo, estão buscando os valores da sustentabilidade, este é o momento de juntar a inovação para a melhoria da  qualidade  de  vida  das  pessoas  e  do  planeta.  Inovar  para  melhorar  o mundo  com  lucro  e  processos  éticos.  Isso  é  o  que  precisamos  para realmente sair deste status quo definido pelo mercado. Inove sempre! Faça os seus valores fazerem parte do seu negócio!

*Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor; professor da ES PM; idealizador e presidente do conselho deliberativo da Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais  de  Sustentabilidade);  e  palestrante  sobre  sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. ww.marcusnakagawa.com

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