Brasil avança em índice de atratividade para investimentos

O Brasil subiu da 43ª para a 36ª posição no ranking do índice Global Venture Capital and Private Equity Country Attractiveness de 2012. O indicador é preparado anualmente pelo Centro de Finanças Internacionais da escola de negócios IESE Business School, em conjunto com a empresa de consultoria Ernst & Young.

O resultado significa que o país manteve a trajetória ascendente nesse índice, que mede a atração exercida pelos diversos países com relação a investimentos internacionais. De 2010 para 2011, o Brasil já tinha subido 14 posições.

A melhor posição do Brasil se deve, em parte, a avanços de caráter humano e social. Em termos de desempenho na educação e capital humano, por exemplo, o país avançou 10 posições desde 2008, passando do 84º para o 74º lugar. Houve avanço também com relação ao controle da corrupção, do 65º para o 58º lugar.

Em resumo, o país avançou em áreas como o tamanho da economia; índice de emprego, liquidez do mercado de capitais e segurança dos direitos de propriedade. Mas caiu em setores como taxação e inovação.

Os Estados Unidos lideraram o ranking, pelo terceiro ano consecutivo. Houve uma mudança no segundo lugar, com o Canadá passando a ocupar a posição do Reino Unido, que foi para a terceira colocação. Japão e Cingapura ocuparam o quarto e o quinto lugares.

Com relação a outras grandes economias emergentes, o Brasil ficou atrás da China, que aparece em 22º lugar, da África do Sul, em 28º, e da Índia, em 32º. Mas ficou à frente da Rússia, que aparece no 41º lugar.

Mais países

Uma importante novidade do índice deste ano foi a grande expansão do número de países examinados, que passou de 80 para 116. Refletindo o aumento da importância das economias emergentes, a maior parte dessa expansão ocorreu entre os países da África, que passou a ter 31 representantes, no lugar dos oito da edição anterior.

A equipe que realizou a pesquisa foi liderada por Heinrich Liechtenstein, professor de Gestão Financeira do IESE Business School. Participaram ainda o professor Alexander Groth, da Escola de Negócios EMIYON, da França, e Karsten Lieser, pesquisador associado do IESE Business School.

Fatores principais

Os seis fatores principais de atratividade considerados pelo estudo foram: atividade econômica; alcance do mercado de capitais; taxação; proteção ao investidor e à governança corporativa; ambiente social e humano; e cultura de empreendedorismo e oportunidades de negócios.

“Esta aparente simplicidade marca uma situação complexa”, afirma Liechtenstein na apresentação do trabalho. “Muitos fatores são resumidos para se chegar a uma composição única. Para um país atingir uma posição alta no ranking, precisa obter notas altas em todos os critérios”, explica.

O estudo levou em conta as mudanças em um período de cinco anos, a partir de 2008. A comparação demonstrou um aumento na atratividade das economias emergentes menores. Diversos países do Oriente Médio se destacaram. Tunísia, Marrocos, Arábia Saudita, Egito e Kuwait subiram pelo menos dez posições cada um, apesar dos efeitos da chamada primavera árabe sobre suas economias. Grécia, Islândia e Irlanda, atingidas pela crise da dívida soberana, caíram diversas posições.

Destaque para os Brics

O destaque, porém, continua a estar nas grandes economias emergentes – as dos chamados Brics, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. São países nos quais os investidores enxergam oportunidades para capitalizar o potencial representado pelo crescimento econômico acelerado, grandes populações e amplas oportunidades de novos negócios.

A China, especialmente, vem obtendo ótimos resultados na atração de capitais. O país apresenta condições econômicas sólidas, alta liquidez das ações e um comportamento firme no mercado de capitais. “A Índia segue logo atrás”, diz o professor, “enquanto o Brasil também melhorou substancialmente as condições para investimentos”.

O relatório vê também um firme avanço da África do Sul, graças a seus laços especiais com o Reino Unido “e ao estabelecimento de uma cultura legal e orientada para o mercado de capitais semelhante”, como explica Liechtenstein.

A pesquisa, porém, também demonstrou a existência de algumas reservas por parte dos investiu dores com relação aos Brics. Elas compreendem preocupações com relação aos níveis de governança corporativa e de proteção aos investimentos, altos índices de pedidos de propinas e corrupção e baixos investimentos em inovação e P&D corporativo. Esses fatores afetam principalmente a Rússia, que está ficando para trás com relação aos outros emergentes.

Há, porém, uma forte preocupação, também com o fato de as riquezas e do progresso criado pelo desenvolvimento muitas vezes ficaram confinados a algumas regiões e a pequenas elites. Sem uma ampliação dos benefícios gerados pelo progresso, adverte o documento, os Brics correm o risco de perderem atratividade se o ritmo de seu crescimento diminuir.

Sobre o IESE

O IESE Business School está entre as dez melhores escolas de negócios do mundo e é pioneira em educação executiva na Europa desde sua fundação em 1958, na Espanha. Em 1964, lançou o Full Time MBA em dois anos, o primeiro com essas características na Europa, e conseguiu atrair estudantes do mundo todo. O IESE é uma escola global de classe mundial, com foco na pesquisa e excelência do ensino. Destaca-se por seu foco na direção geral, na utilização de métodos de caso, sua expansão internacional e ênfase ao colocar a pessoa no centro das tomadas de decisões. O IESE possui campus em Madri e Barcelona, além de um centro em Nova Iorque e escritórios em Munique e São Paulo. No Brasil, sua sede se localiza junto ao ISE Business School, em São Paulo, onde ministra o Executive MBA Brasil, programa exclusivo voltado aos executivos do país, além do Program for Management Development (PMD), Advanced Management Program (AMP) e o Global CEO Program (GCP), em parceria com a Wharton School e China Europe International Business School (CEIBS). Mais informações podem ser obtidas por meio do site www.iese.edu.

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