Brasil fará superávit primário adicional de 0,5% do PIB

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta sexta-feira que o governo fará um superávit primário adicional de 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, sem descartar que a economia seja maior.

A poupança extra formará o Fundo Soberano do Brasil e, como significa menos gastos públicos, ajudará o Banco Central no combate à inflação.

"Se o gasto é elevado, a política monetária é conservadora. Agora vai exigir menos da política monetária", disse Mantega a jornalistas. "Política monetária e fiscal vão trabalhar de mãos dadas para evitar a inflação no país."

A meta inicial de superávit primário neste ano é de 3,8 por cento do PIB. Diversos economistas, alguns com acesso ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já vinham defendendo que o governo ampliasse o esforço fiscal aproveitando as receitas crescentes.

Nos 12 meses encerrados em abril, último dado disponível, o superávit primário era equivalente a 4,23 por cento do PIB.

Segundo Mantega, a economia adicional será feita em gastos de custeio, sem prejudicar iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A poupança adicional terá um elemento anticíclico, explicou o ministro.

"É uma poupança que está sendo feita em época de vacas gordas para um momento de vacas magras… Um dia, quando a atividade econômica retroceder, teremos recursos para evitar que a economia tenha desaceleração."

Inicialmente, o fundo será formado em reais –num montante de 13 bilhões de reais–, mas Mantega não descarta que o governo venha a comprar dólares em algum momento para sua composição.

O ministro disse ainda que o fundo pode aumentar de tamanho se a economia do setor público também for maior. "Poupança nunca é demais", afirmou.

Apesar de relatos na imprensa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de pensar melhor o formato do fundo, o ministro disse que o projeto de lei de sua criação será enviado ao Congresso Nacional na próxima semana.

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