Com novos formatos, varejistas crescem no interior

A abertura de 44 lojas da rede Magazine Luiza na Grande São Paulo, em setembro, foi uma grande exceção. Nos dias atuais, em que a regra nas grandes cidades é a falta de bons pontos comerciais e terrenos disponíveis, aluguéis caríssimos e concorrência acirrada, o que se vê cada vez mais é as grandes redes varejistas rumando, com novos formatos de lojas, para o interior do País. Segundo Alberto Sorrentino, sócio da consultoria especializada em varejo Gouvêa de Souza, essas grandes redes já não conseguem crescer com a mesma rentabilidade nos grandes centros. "Ao ganhar capacidade de consumo, as pequenas e médias cidades passaram a ser a alternativa para manter o ritmo de crescimento dessas empresas", diz o consultor.

Redes como Wal-Mart, Americanas e C&A, com formatos de lojas compactas, são algumas das companhias que têm dado especial atenção a esses mercados. Das 57 unidades da Lojas Americanas previstas para este ano, por exemplo, 18 ficarão no interior paulista. E, desse total, 13 seguem o formato Express, criado pela empresa em 2003 para atender a bairros e pequenas cidades. Cinco já foram inauguradas: em São Carlos, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itapetininga e Campinas. Segundo uma fonte ligada à empresa, os planos da Americanas para os próximos anos são ainda mais agressivos em relação à abertura de lojas em cidades de menor porte.

Wal-Mart, por meio da bandeira de atacarejo (mistura de atacado e varejo) Maxxi, e C&A, com um modelo de loja compacta de 1,2 mil m² (em vez de 2,2 mil m² tradicionais) também têm metas ambiciosas para o interior. As grandes varejistas também chegam às pequenas e médias cidades acompanhando a migração de shoppings centers, já que são âncoras naturais dos empreendimentos. Uma pesquisa da Associação Brasileira dos Shoppings Centers (Abrasce) mostrou que, hoje, 46% dos shoppings já estão localizados no interior, enquanto 54% estão nas capitais dos Estados. Há quinze anos, eram 83% nas capitais e apenas 17% no interior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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