De olho em agenda de peso e commodities, mercados têm semana atribulada à frente

Uma semana de poucas referências econômicas, mas nem por isso isenta da volatilidade, que trouxe ao Ibovespa sessões oscilantes entre ganhos e o campo negativo. Ainda assim, o benchmark conseguiu firmar um saldo positivo em maio. Mas os próximos dias vêm recheados de indicadores de peso, indicando um começo de mês, no mínimo, atribulado aos principais mercados do mundo.

Em destaque pelos temores de recessão, a economia norte-americana ocupa presença na agenda semanal com novos dados acerca do nível de atividade nos EUA, a saber, o ISM Index e o ISM Services. Desafiando projeções majoritárias do mercado, Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin, não prevê grandes surpresas negativas por parte dos indicadores.

Além do setor industrial, o mercado de trabalho norte-americano também ocupa posto de destaque entre as referências da semana, com a divulgação do importante Relatório de Emprego na sexta-feira. "Pelo quinto mês consecutivo, o indicador deve registrar perdas de postos de trabalho, no entanto, as quedas estão se reduzindo, indicando uma melhora gradual no cenário daqui para frente", prevê Inês Marques Pereira, economista da Arkhe Corretora.

Copom é grande destaque doméstico da semana

Enquanto isso, aqui no Brasil, os olhos dos investidores estarão todos voltados à condução da política monetária pelo Copom (Comitê de Política Monetária), cuja reunião começa na próxima segunda-feira. Tradicionalmente um evento de grande destaque, desta vez, "as projeções divididas dos analistas dão ainda maior relevância à decisão", afirma Campos Neto, que prevê um aumento de 50 pontos-base na taxa Selic.

A visão é compartilhada por Inês Pereira, que também aposta na continuidade do ritmo de aperto monetário na magnitude de 0,50 ponto percentual. Seja como for, Pereira pede atenção à Pesquisa Industrial de abril, agendada para a próxima terça-feira, e para o IPC-Fipe referente ao acumulado de maio, que embora saia após a decisão do Copom, deve lançar nova luz acerca do cenário inflacionário brasileiro.

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Ibovespa: novos recordes ou mais volatilidade?
Em meio a tal contexto, terá o Ibovespa força para retomar uma expressiva trajetória de alta, em direção à consecução de novos recordes? Na visão de Campos Neto, o índice nunca deixou seu viés ascendente, a despeito da volatilidade apresentada nesta semana. "O interesse estrangeiro no País sustenta perspectivas positivas ao índice, que nem por isso, está isento de correções", afirma o economista.

O otimismo encontra respaldo também nas projeções de Inês Pereira, para quem os fatores domésticos que vinham atravancando o desempenho do Ibovespa, como a falta de informações sobre a criação do fundo soberano e a expectativa em torno da conquista do segundo grau de investimento, foram agora esclarecidas, o que pode proporcionar ao mercado brasileiro uma alta mais expressiva nos próximos pregões.

Para isso, um olho nas referências econômicas da semana, que devem ter grande impacto sobre a performance das bolsas externas, e outro no mercado de commodities. A influência das cotações de produtos como petróleo e ligas metálicas fez-se notável na última quinta-feira, quando mesmo com o advento do investment grade pela Fitch, o Ibovespa amargou queda ocasionada pelos papéis da Petrobras, Vale e de siderúrgicas.

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