Desemprego faz crescer a busca por qualificação profissional

Nos últimos meses, a crise política e econômica que tomou conta do país resultou no aumento espantoso da taxa de desemprego, que já atinge mais de 10% da população. Esse cenário nada positivo fez crescer a busca por pós-graduações e MBAs, seja por profissionais que perderam o emprego e querem uma recolocação em outras áreas ou por aqueles que visam uma requalificação.

Foi pensando na qualificação profissional que o advogado Lucas Flores Stroppa, de 25 anos, foi em busca de uma especialização em direito do trabalho e previdenciário, que tem duração de um ano e meio. “O atual momento do país assusta qualquer profissional, ainda mais os mais jovens. Pensando nisso, resolvi procurar uma especialização para aprimorar minhas capacidades. O direito previdenciário, por exemplo, é uma área do direito que não é trabalhada na universidade. Ou seja, com a especialização serei um profissional mais completo e preparado para o mercado”, detalha Lucas.

Os segmentos procurados pelo público são os mais variados, passando por cursos das áreas da tecnologia, como os voltados para o mercado de aplicativos; do mercado corporativos, com atividades que abordam, entre outros, marketing, gerenciamento, recursos humanos e finanças; do direito, com centenas de especializações; e também por atividades voltadas para a área da economia criativa, entre elas design, gastronomia e fotografia.

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De acordo com o professor Antonio Raimundo dos Santos, diretor de educação do ISAE/FGV, de Curitiba, considerada uma das principais escolas de negócios do Brasil, a maior procura se dá pelos cursos livres de média duração, inclusive na modalidade à distância. “As pessoas estão em busca de capacitações pontuais para alavancar a carreira, seja após uma demissão ou, até mesmo, para se tornar indispensável. Os cursos mais procurados são aqueles voltados para habilidades paralelas, úteis para qualquer profissão”, explica. Os cursos livres têm duração média de seis meses.

Para o profissional, os cursos curtos são os mais procurados justamente por causa da preocupação do público com o atual momento do mercado. “As pessoas estão ansiosas com a atual situação do país e encontram nos cursos uma maneira para se manter no trabalho ou se recolocar rapidamente no mercado de trabalho”, detalha Raimundo. Segundo o especialista, é fácil perceber que os alunos se mostram cada vez mais preocupados com a carreira. “Essa preocupação é motivada naturalmente pela crise e faz com que os alunos se dediquem mais aos processos, seja em um curso de curta duração ou em uma pós-graduação mais longa. Os cursos passaram a ser vistos como fundamentais, e não apenas como um complemento para o currículo”, completa.

O engenheiro de produção Gustavo Percebon de Souza, de 25 anos, é um desses muitos profissionais preocupados com o mercado. Ele resolveu se especializar em uma área que considera fundamental para sua área de trabalho. “Fui em busca de uma especialização em gestão de projetos em engenharia. Independentemente de onde o engenheiro trabalhe, ele sempre vai trabalhar com projetos”, explica. Desempregado desde o último mês de outubro, Gustavo acredita em uma recolocação profissional em breve. “O mercado está muito complicado, mas não podemos desistir nunca. Hoje, só a faculdade não é o suficiente para garantir um espaço no mercado de trabalho. Esse processo de especialização é muito importante para que novas oportunidades surjam e, principalmente, para que possamos aproveitá-las da melhor maneira possível”, finaliza o engenheiro.

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