Embraco mantém equipe com tarefa de pensar em soluções para próximos anos

Entender o erro como parte da tra­jetória até o sucesso faz parte da cultura empreendedora, assim como da cultura de inovação. Trabalhando com esse con­ceito de affordable loss, desde o início da década de 1980, dez anos após sua fundação, a Embraco (Empresa Brasileira de Compressores) desenvolve pesquisas em parceria com instituições de ensino e investe em Pesquisa e Desenvolvimento – setor que atualmente recebe de 3% a 4% do seu faturamento anual. Com fábricas e escritórios em sete países, a multinacional brasileira é líder mundial na produção de compressores herméticos para refrigera­ção, componente responsável pela geração de frio em geladeiras e demais sistemas de refrigeração domésticos e comerciais.

A busca por inovação faz parte da estra­tégia da Embraco desde a sua fundação, no ano de 1971, em Joinville (SC), cidade onde é sediada até hoje. Na época, empreende­dores da região buscavam uma solução para suprir a indústria de refrigeradores no Brasil, que dependia da importação de com­pressores. A primeira produção foi realiza­da em 1974, com tecnologia importada e, cerca de 10 anos depois, a empresa lançou o primeiro compressor 100% nacional, pro­duto que se destacou internacionalmente pelo tamanho reduzido em comparação aos demais e que é atualmente o segun­do do tipo mais vendido no mundo.

Nos anos seguintes, a empresa continuou se destacando, sendo pioneira no desenvolvi­mento de tecnologias com baixo consumo de energia e registrando, ao todo, 1.277 patentes. “Na indústria em que estamos, se não nos diferenciarmos por tecnologia, não conseguimos vender”, afirma Márcio Schissatti, atual diretor corporativo de ma­rketing que até julho ocupou a diretoria corporativa de pesquisa e desenvolvimen­to. Hoje mais de 50% da receita de vendas da empresa resulta de produtos lançados nos últimos quatro anos.

A sustentabilidade, uma das diretrizes da empresa, é o grande diferencial de um dos mais recentes produtos da Embraco, o compressor Wisemotion, lançado em mar­ço e com produção prevista a partir de 2015 no México. Com tecnologia oill-free, o com­pressor dispensa o uso de óleo lubrificante, o que facilita o descarte das peças após o uso – atualmente os compressores da Embraco são recolhidos pelo programa de gestão de resíduos da empresa, o Top Verde que, em 2012, recolheu 547,3 mil compressores e re­aproveitou 191 mil litros de óleo. O projeto do novo compressor foi desenvolvido ao longo de 10 anos, envolvendo cerca de 100 engenheiros da Embraco e gerando mais de 80 patentes para a empresa.

Empregando 50% menos matéria-prima do que os compressores convencio­nais, o Wisemotion possui a mesma altura de um smartphone de 10 centímetros. O formato inovador visa um processo de fa­bricação mais sustentável e a abertura de novas possibilidades de design para os re­frigeradores. Uma crescente tendência nes­te aspecto é a miniaturização dos produtos visando atender mercados que sofrem com a falta de espaço nas residências e estabe­lecimentos, como, por exemplo, Suíça e Japão. “Estamos muito focados em como vai ser o planeta daqui a 15 ou 20 anos, em como podemos influenciar e tirar proveito disso”, afirma Schissatti.

O diretor destaca que uma parte da equipe de pesquisa e de­senvolvimento, que possui 600 membros e 300 colaboradores externos, trabalha exclusivamente pensando soluções para projeções do mercado nos próximos anos. Evandro Gon, atual diretor corporativo de Pesquisa e Desenvolvimento, complemen­ta que a tradição de pesquisa faz parte de todas as práticas da empresa. “Uma questão embutida no DNA da Embraco é o constan­te desconforto em relação ao que fazemos. Temos um alto nível de criticidade e um senso de excelência muito forte.”

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