Força de vontade é a chave do sucesso dos franqueados trintões

A coragem de arriscar, a vontade de crescer e a disposição inerentes à juventude, aliadas ao know-how e ao suporte oferecido pelas franqueadoras, são o segredo para sete casos bem sucedidos

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Brasil já é o terceiro mercado de franquias do mundo. Com um faturamento de R$ 32 bilhões, o setor conta com 850 empresas franqueadoras e 60 mil unidades franqueadas, nos mais variados setores. E, dentre esse número, estão muitos jovens com menos de 30 anos que enxergaram no setor de franquias a oportunidade de realizar o sonho de ter um negócio próprio, mas sem correr os riscos envolvidos em montar um negócio do zero, independente. Aliando a disposição para o trabalho e a vontade de inovar, características do jovem, com o conhecimento do negócio e o respaldo oferecidos pelas redes franqueadoras, encontram-se muitas histórias de sucesso espalhadas pelo país. Aqui, exemplos bem sucedidos das marcas Restaura Jeans, Água Doce, Casa do Construtor, Uatt?, OligoFlora, WSI e Prima Clean Lavanderia:

Alyson Favaro (foto), empresário de 28 anos, franqueado da Água Doce de Joinville (SC), começou como empregado em um dos restaurantes da rede, instalada em Chapecó (SC). Ele ajudou na administração por cinco anos, passando por todos os setores da casa, da cozinha ao salão. Até que, em 2004, comprou a Água Doce de Joinville que, apesar da ótima localização, estava precisando urgente de uma revitalização. Ele e o sócio, o cunhado César Augusto do Nascimento, também de 28 anos, fizeram grandes reformas no estabelecimento e hoje quase triplicaram o faturamento inicial. Com grande sucesso junto aos seus frequentadores, Favaro acredita que o conhecimento adquirido durante os anos de trabalho no Água Doce de Chapecó foram fundamentais para seu sucesso “Tive a oportunidade de vivenciar os problemas no dia a dia, o que me dá grande segurança para orientar melhor meus colaboradores e atender cada vez melhor os clientes”, pondera. Devido a seu ótimo relacionamento com a franqueadora e sua postura aberta a inovações, muitas novidades são testadas na casa, como aconteceu com o Cartão Fidelidade da rede e o Cardápio Infantil. “Estamos sempre escutando a opinião dos clientes e buscando melhorar.”, conclui.

Fabiane Matte, gaúcha de 28 anos, também é um dos exemplos. Tendo trabalhado com a mãe por um ano na loja Restaura Jeans em Caxias do Sul (RS) resolveu investir num negócio próprio abrindo, em 2004, sua primeira loja da marca em Farroupilha. Com dinheiro emprestado da avó e trabalhando até 16 horas por dia, conseguiu pagar as dívidas e começar a ter lucro, comprando em 2009 a segunda franquia da rede, em Bento Gonçalves. Hoje, Fabiane administra as duas lojas – especializadas em tingimento, costura, customização de roupas, lavanderia, renovação e cuidados com peças de couro –, contando com a mãe na supervisão da produção. Pretende expandir o negócio com mais pontos de coleta, objetivo para os próximos cinco anos. “Para um negócio dar certo, você tem que, primeiro, acreditar, e depois correr atrás. E o fato de ser jovem ajuda, porque você tem mais energia e menos medo de se arriscar”, analisa.

Outro caso de sucesso é o dos irmãos Marco Antonio Colognese, de 25 anos, e João Paulo Colognese, de 26 anos. Marco Antonio, formado em Automação Industrial, estava cansado da sua área de atuação e sempre teve o sonho de abrir um negócio próprio na sua cidade natal, Caxias do Sul (RS). Chamou para sócio seu irmão, que já atuava no comércio, e procurava uma franquia que fosse de seu interesse quando se apaixonou pelos produtos da UATT?, marca que oferece inúmeras opções de presentes divertidos, diferentes, coloridos e em formatos inusitados. Por serem eles próprios o perfil do consumidor da marca, são muito escutados pelos franqueadores, que acatam suas ideias e sugestões. Tanto que uma delas já está para ser implantada na rede: o vale-presente. “Temos um ótimo relacionamento com os franqueadores, que são também jovens e muito abertos para ideias novas e criativas. Acredito que somos a cara da marca Uatt?”, analisa Marco Antonio.


Muitas vezes, a abertura de uma franquia pode significar uma virada total no estilo de vida do franqueado. Foi o caso de Thiago Romão, máster-franqueado e dono de uma franquia OligoFlora, rede especializada em bem-estar e estética funcional. Ele atuava na área de importação e exportação no Banco Itaú quando conheceu a marca numa feira de franquias patrocinada pelo próprio banco. Como sonhava em trabalhar com qualidade de vida e bem-estar, viu na OligoFlora a oportunidade ideal. Há um ano, ele se tornou máster-franqueado para toda a região de Campinas e abriu seu próprio studio OligoFlora em Alphaville, bairro de Barueri, região metropolitana de São Paulo. Hoje, aos 27 anos, diz que está aprendendo a cada dia com as clientes e funcionárias, já que a mudança foi muito grande. “Estava acostumado a trabalhar num ambiente masculino e agora meu público é, em sua maioria, feminino, inclusive minhas funcionárias. Estou me acostumando neste novo universo, mas a experiência tem sido muito boa”, garante.

Luiz Kazuo Hokama Junior (foto), franqueado da Casa do Construtor em Mogi-Mirim, no interior de São Paulo, trabalhou por sete anos na indústria automobilística no Japão e voltou para o Brasil em 2006, com a intenção de abrir um negócio de franquia. “O que me atraiu nas franquias foram o respaldo e know-how importantes para diminuir os riscos que envolvem a abertura de um negócio”, lembra. Ele conheceu a Casa do Construtor, especializada em aluguel de equipamentos para construção civil, por meio da indicação de franqueados de Limeira, que já possuíam uma loja da marca, e interessou-se pelo negócio. “O Brasil vivia um bom momento na Economia e havia expectativas de crescimento na área da construção civil devido ao aumento das linhas de crédito habitacional oferecidas pelo governo”, justifica. Hoje, com 33 anos, já considera seu negócio um sucesso, tendo durante os cinco anos de funcionamento da loja um crescimento médio de 25% ao ano em faturamento. Por Mogi-Mirim ser uma cidade pequena, com cerca de 100 mil habitantes, acredita não haver mais espaço para abrir outra franquia da mesma marca. Mas nem por isso ele se acomoda, “temos que estar sempre procurando conquistar novos clientes e manter os atuais satisfeitos, mantendo o padrão da Casa do Construtor, que já é conhecido por todo país. Clientes de outras regiões chegam à cidade e já nos procuram, pois conhecem a qualidade da rede”, conta.

Já na franquia WSI, que atua na área de serviços de Marketing de Internet, a juventude do franqueado pode ser até um diferencial positivo na negociação com os clientes. Por se tratar de um negócio relacionado às novas tecnologias, é comum as pessoas associarem a expertise aos jovens, muitas vezes mais interados por este universo. E este é o caso de Murilo Malta, de 26 anos, hoje sócio de uma franquia em Araraquara, interior de São Paulo. Ele foi convidado por Marcelo Cruz, máster-franqueado WSI para o interior de São Paulo, a entrar em uma sociedade em janeiro deste ano, quando a marca aportou no Brasil. Murilo traz à rede toda a energia necessária para que as vendas dos produtos e serviços WSI sejam encarados pela empresa contratante como os melhores do mercado, com qualidade internacional. “Estive em treinamento na sede da empresa, no Canadá, e pude apreciar tudo o que faz da WSI um expoente em seu segmento. Trata-se da maior franqueadora do mundo em Marketing Digital, com mais de 1 mil unidade franqueadas, que nos fornece todo o know-how”, comenta. Murilo tem a meta de crescer dentro da rede e já faz planos para ter outras franquias da mesma marca.

No caso da franquia Prima Clean, que funciona como as lavanderias automáticas americanas, nas quais os próprios clientes lavam sua roupa mediante a inserção de fichas nas máquinas, o pioneirismo no país neste tipo de serviço conta com a dedicação do franqueado André Barrichello Tosello, de 32 anos. Formado em Rádio e TV, mas cansado da instabilidade característica da profissão, Posello sempre pensou em abriu seu próprio negócio. E a idéia da lavanderia automática surgiu quando sentiu a necessidade deste serviço na sua vida pessoal. Morador de São Paulo, tentou encontrar uma lavanderia onde pudesse lavar suas próprias roupas, como é comum nos Estados Unidos. Ele não encontrou onde lavar suas roupas da maneira desejada, mas conheceu a Acerte Franchising – detentora das marcas Quality Lavanderia, Prima Clean Lavanderia e Linha & Bainha – que estava justamente lançando o conceito na bandeira Prima Clean. “Entrei em contado com a franqueadora e logo fechamos um acordo. Tendo o respaldo de uma franquia, os riscos de se abrir um negócio diminuem muito”, conta. Apesar de ser uma novidade que ainda precisa ser assimilada pela cultura do brasileiro, Posella diz que a aceitação está sendo muito boa pelo público de Higienópolis, bairro nobre da capital paulista, e o negócio vem crescendo cada vez mais. “Minha intenção é abrir outras lojas, em diversos bairros da cidade”, finaliza.

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