Luiz Fernando Garcia: empresários podem contaminar suas empresas com seus problemas

Quando os resultados obtidos pelo empresário não são os esperados, é comum que se busquem alternativas e novas estratégias para o seu negócio.  O que nem todos imaginam é que, muitas vezes, a raiz do problema pode estar muito além do ambiente profissional. Fatores como a falta de tempo para a família e problemas financeiros pessoais podem influenciar, de forma negativa e direta, no rumo deste sucesso.

Com intenção de mostrar que comportamentos e atitudes estão por trás dos principais obstáculos enfrentados por homens e mulheres nos seus negócios, o especialista em gestão comportamental, Luiz Fernando Garcia, lança nesta segunda, 10, o livro Empresários no Divã.  A obra, que expõe em dez capítulos as características dos seus personagens – todos eles com nomes fictícios, porém com características reais – é resultado dos seus quase 20 anos de experiências e estudos.

Administrador de Empresas, Garcia é criador da metodologia de Psicodinâmica em Negócios, formando em Psicologia e Psicanálise e responsável pelo desenvolvimento de mais de 50 metodologias de treinamento destinadas à capacitação de empresários e profissionais de liderança, com mais de 1,5 mil empresas atendidas. Em seu quarto livro, o especialista procura orientar o empresário a entender sua própria mente, melhorando o desempenho profissional.

Empreendedor: Quais são os principais aspectos psicológicos que afetam a vida do empresário?
Luiz Fernando Garcia:
Problemas como o estresse e o peso da responsabilidade são recorrentes nos donos de negócios.

Como saber se esses fatores estão, de fato, influenciando a carreira profissional?
LFG: Ao longo dos últimos 19 anos, já manejei o comportamento de 1,2 mil empresários. Muitos dos que me procuram já fizeram tudo o que estava ao seu alcance para melhorar a empresa. Entretanto, apenas uma coisa fundamental não havia sido mudada: ele próprio. 

De que forma é possível resolver esses problemas?
LFG: Conhecendo os conceitos da Psicanálise e da Psicologia, o empresário passa a alterar comportamentos e, como consequência, seus negócios têm um melhor desempenho. Ou seja, os lucros aumentam. Processos de autoconhecimento e terapêuticos podem ajudar os empresários a reduzir seus autoboicotes.

Geralmente, essas situações acontecem com predominância em qual fase do negócio?
LFG: Não existe uma regra geral, mas pelos trabalhos realizados, podemos perceber que a maioria dos problemas aparece depois do negócio estabelecido. Quando falta planejamento, e as pessoas que decidem não possuem as características ideais de um empreendedor nem se esforçam em ter o autoconhecimento, o negócio começa a ter resultados inexpressivos, muitas vezes, inclusive, com risco de falência.

Na sua opinião, por que isso acontece?
LFG: Durante a modalidade de terapia em grupo que desenvolvi para empresários, o Grupo Dirigido de Psicodinâmica em Negócios, cheguei à conclusão que muitos deles não conseguem entender que o que serve para o outro pode não ser bom para a sua organização, pois cada empresa se encontra em uma fase distinta.

No livro, você também aborda a relação entre parentes em empresas familiares. Como separar as questões pessoais das profissionais?
LFG: Algumas estratégias simples podem ser observadas para reduzir a intensidade desse desgaste na empresa familiar. Por exemplo, assuntos que estressem ou desgastem devem ser rigorosamente tutorados para que sejam tratados em reuniões no ambiente de trabalho, durante o expediente preferencialmente, marcado previamente apenas para esses temas.  Da mesma forma, assuntos de cunho familiar devem ser tratados apenas no ambiente familiar. A criação de um código de conduta em que assuntos que escapem ao controle possam ser sinalizados mutuamente, para que seja possível manter satisfatoriamente a dinâmica necessária ao momento e depois, então, em uma oportunidade mais adequada, o assunto seja tratado.

Confira a entrevista completa na edição de outubro da Revista Empreendedor.

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