Preço de produtos certificados pode ser quase igual ao de não certificados

Consumidores brasileiros já podem adquirir produtos certificados com preços praticamente iguais às mercadorias sem certificação, afirma Maria Regina Nouer, coordenadora do programa de Consumo Responsável do Instituto Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola).

De acordo com Maria Regina, apesar de, no geral, este tipo de produto ser 10% mais caro, setores como os de papéis e móveis já apresentam preços mais razoáveis ao consumidor.

"Devido à pouca oferta, produtos certificados ainda são 10% mais caros do que os não certificados. Contudo, o consumidor precisa considerar que tais produtos são melhores e pagam todos os impostos. No mercado de papéis os preços já são praticamente iguais, e no setor de móveis, por exemplo, devem se igualar no máximo em dois anos".

FSC
O Brasil possui hoje o selo FSC – certificação que garante que o manejo florestal seguiu rigorosos padrões ambientais e sociais – que é cada vez mais visto como padrão internacional de excelência de produção sustentável.

O selo pode ser encontrado em móveis, objetos de decoração, utensílios domésticos, cosméticos, artigos de higiene pessoal, material escolar, livros, embalagens, entre outros. O FSC é a certificação que mais cresce no mundo, a meta brasileira, segundo o diretor do Programa Nacional de Florestas Públicas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Resende de Azevedo, é atingir um milhão de hectares até 2009.

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Números

De acordo com dados do FSC Brasil, hoje existem 207 empresas com a certificação em todo país.

Esse mercado movimenta, atualmente, 250 bilhões de dólares. Em todo o globo, 84 países já adotam o selo. A economia proveniente de produtos certificados gera, somente no Brasil, 1,2 milhão de empregos, segundo Roberto Smeraldi, do Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

Perfil do Consumidor
O consumidor preocupado em adquirir produtos socialmente responsáveis se encontra, especialmente, nas classes A e B.

Estudo realizado em 2006 e 2007 pela Market Analysis mostra que o interesse da população a respeito das práticas socioambientais das empresas é grande, mas a desconfiança também.

De acordo com a "Pesquisa 2006 e 2007 – Responsabilidade Social Empresarial – Percepção do Consumidor Brasileiro", divulgada no último dia 26 de março pelos institutos Akatu e Ethos, 77% da população tem interesse em saber como as empresas tentam ser socialmente responsáveis. Além disso, dois em cada três brasileiros têm uma avaliação positiva sobre a contribuição das grandes empresas para o desenvolvimento da sociedade.

O estudo ainda mostra que é grande o número de consumidores (64%) que acreditam que o governo deveria criar leis para obrigar as grandes companhias a contribuírem de forma responsável para uma sociedade melhor, mesmo que isso cause preços maiores e redução no número e empregos.

Entretanto, se comparado a outros países, o brasileiro ainda pune e premia pouco as empresas que o agrada ou não, em torno de 12% e 13%, respectivamente.

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