Tecnologia de ressonância magnética analisa alimentos em segundos

A Fine Instrument Technology (FIT), empresa brasileira especializada no desenvolvimento de equipamentos e soluções que utilizam Ressonância Magnética Nuclear (RMN), desenvolveu uma nova tecnologia de ressonância magnética para alimentos capaz de realizar, em segundos, análises químicas e físicas de frutas, grãos, azeites, leites, carnes, entre outros produtos.

O SpecFIT, desenvolvido com o apoio financeiro da Finep e do Desenvolve SP, é semelhante ao equipamento de ressonância utilizado em ambiente hospitalar, porém, adaptado às necessidades das análises dos alimentos.  O diferencial, além do tamanho, está nos métodos de análises incorporados aos softwares do equipamento, sendo alguns deles desenvolvidos em parceria com a Embrapa. Estes softwares retornam dados precisos sobre a qualidade e composição dos produtos, podendo estes serem in natura ou industrializados, e sem sofrerem qualquer tipo de dano.

“Uma utilização importante desse equipamento poderá ser feita pelos supermercados, que poderão verificar, de forma rápida e eficaz, a qualidade dos produtos de seus fornecedores”, exemplifica o pesquisador e sócio da FIT, Daniel Consalter. “O SpecFit pode analisar, por exemplo, a maciez de peças de carnes, pureza de azeites, a quantidade de açucares em frutas e sucos, entre muitas outras aplicações possíveis que estão em desenvolvimento, como autenticidade do salmão, a origem de vinhos e pureza do leite”, explica.

De acordo com Consalter, essa nova tecnologia, 100% nacional, deve beneficiar outros setores também, como o agronegócio. Ele explica que um produtor de mamão, por exemplo, poderá medir a quantidade de açúcares da fruta verde e saber se ela irá madurar doce ou não.

“Desta forma, é possível selecionar o mamão e exportá-lo com a garantia de que chegarão dentro das especificações do cliente”, avalia Consalter. “Outro exemplo é a indústria produtora de óleo vegetal. Muitas vezes o rendimento dos grãos é diferente entre as safras, e com o SpecFIT é possível medir em poucos segundo o teor exato de óleo nelas”, esclarece.

Mesmo o foco atual sendo o setor de alimentos, Consalter afirma que o potencial dessa nova tecnologia desenvolvida é infinita. O primeiro equipamento foi vendido para o Laboratório de Tecnologia de Engenharia de Poços da Coppe, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Neste caso, a tecnologia foi direcionada para exploração de petróleo, com uso da ressonância na análise da porosidade de rochas em regiões promissoras.

 

 

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